March 16, 2008

A Balança & Eu

Esta semana fez um mês que começamos nossa "dieta maluca". O que parecia um desafio imenso no início acabou se tornando uma outra aventura memorável. E o que parecia restrito e sem graça tornou-se uma descoberta fascinante.

Várias vezes havia flertado com a possibilidade de mudar minha dieta radicalmente, pois durante a maior parte da minha vida lutei bravamente contra a balança sem muito sucesso. Tentei todas as dietas de moda e mais algumas, fui a todos os "médicos" badalados no Rio de Janeiro em busca da dieta ideal. Tomei vários "remedinhos", também conhecidos como "bombas para emagrecer", aquelas cápsulas "inofensivas" carregadas de anfetamina, diuréticos, hormônio para tireóide, e sei lá mais o que. Fui escrava destas drogas durante anos.

Logo eu, que sempre fui completamente contra a qualquer tipo de droga e me orgulho cada vez que digo que jamais cheguei perto de um cigarro de maconha. Ao contrário da maioria dos adolescentes, nunca cedi à pressão dos amigos, achava de não precisava de coisa nenhuma para relaxar ou me divertir. Isso era coisa pra gente fraca. E eu sempre fui forte. Ou pelo menos achava que era.

Já para me sentir magra valia tudo, ou quase tudo. Minha relação com peso era meu calcanhar de Aquiles, sempre soube disso. Comecei a fazer ballet aos seis ou sete anos justo por causa do meu peso! Sempre fui uma criança fofinha, mas peocupada com as conseqüências de tanta fofura no meu futuro, minha mãe me matriculou numa academia de ballet. Ela dizia que eu faria uma boa atividade física ao mesmo tempo que aprenderia uma dança que tornaria meus movimentos mais graciosos.

Ela só não contava que eu fosse me apaixonar completamente pela dança. Em pouco tempo, minha vida se resumia a ela. Aulas de manhã, aulas à noite e ensaios no fim de semana. Dietas e mais dietas começaram dali: nada de Coca-Cola, sucos sem açúcar e adoçante no meu Nescau. Obviamente emagreci bastante, mas não o suficiente para me tornar uma bailarina profissional. Tive aí minha primeira grande desilusão. Entendi que apesar da minha enorme dedicação e esforço hercúleo, jamais seria a bailarina que eu queria ser pelo simples motivo de são possuir os atributos físicos necessários para o papel. Olhando as fotos hoje, me acho bem magra, mas na época me via uma baleia toda vez que me olhava no espelho. De acordo com a minha professora, meu pé não era bom o suficiente, meus saltos não eram altos o suficiente, minha perna não era fina o suficiente. Em compensação a minha disciplina e a minha determinação tinham me levado até longe demais, pois sem nenhum dos atributos óbvios eu estava ali, uma menina ainda, na companhia de ballet semi-profissional. Entretanto, muito cedo, do alto dos meus treze anos, tinha entendido que nada importava, que eu jamais seria a bailarina que sonhava um dia ser.

Desanimada com as perspectivas medíocres, tempos depois abandonei o ballet, que ao meu ver já tinha me abandonado há muito tempo, ou melhor, que nunca tinha me aceito. Foi ali que pela primeira vez me vi abatida, pela primeira vez na vida fiquei deprimida e comecei a entender que teria que me reinventar. Aos treze ou catorze anos tinha que deixar todos os meus sonhos de lado e começar a pensar em outros. Mal sabia eu que o talento adquirido ali, a habilidade de mudar de foco e de estratégia rapidamente, seria exigido muitas outras vezes durante a minha vida.

3 comments:

Anonymous said...

Preciso dizer que as fotos do seu casamento são... PERFEITAS!

Era isso!

Ana Claudia Lintner said...

Dani,
olha que legal este site com receitas: http://blog.fatfreevegan.com/ ;)

Beijo,
Ana

Dani said...

Manuela,
Legal que vc gostou das fotos! Eu também fiquei muito feliz com o trabalho da Pati Figueira, fotógrafa nota 1000!

Ana Claudia,
Adorei o site. Vou ver se testo umas receitinhas esta semana.

Beijos