August 29, 2011

Férias Frustradas...

Na verdade não eram férias, mas qualquer ida a Nova York para mim é melhor do que férias. Adoro a cidade, que me recebeu superbem e foi minha casa durante cinco anos muito felizes, então apesar do tempo e da distância, DC que me desculpe, mas sou New Yorker de coração! Sempre!

Mas a Irene acabou com a festa, pelo menos hoje. Apesar de não termos ficado sem luz depois do furacão, os trilhos do Amtrak ficaram fechados entre Philadelphia e Hartford, CT. Então apesar de muito esforço de todas as partes envolvidas, que tentaram me encaixar em todos os trens, aviões e carros disponíveis, acabei ficando por aqui.

A viagem e as novidades devem ficar para o fim da semana... Fiquem na torcida!

August 25, 2011

Terremotos, furacões...nada se compara a um dia passado em Hopkins

Esta semana foi punk. Se disser que o terremoto que me fez achar que estava a bordo de um navio de cruzeiro em pleno oitavo andar de um prédio comercial em Silver Spring, MD, foi a coisa que menos me abalou, não estarei mentindo.

Segunda-feira foi dia de Hopkins, o que quer dizer que não dormi no domingo, como de praxe. A rotina a gente já tem de cor: sair de casa com bastante tempo, tentar fazer o exame de sangue, subir para fazer a ressonância e aguardar a consulta médica no fim do dia. Só que é claro que nada sai do jeito que a gente planeja.

Não importa o quão cedo sairmos de casa, a demora para a coleta de sangue é sempre tão absurda que temos que ir correndo para a sala de ressonância e voltar para o sangue depois. Normalmente, não me importa muito porque o médico dá muito mais importância às imagens. Então pensei que este troca-troca seria inofensivo. Só que desta vez estava enganada.

Como a espera em Hopkins é quase sempre absurda, meu médico -- depois de ouvir minha súplicas -- agora sempre manda um residente/enfermeira para me dar os resultados preliminares.

Digo para o Blake que o meu dia em Hopkins é uma pequena prévia do juízo final. Sento lá e fico aguardando a minha sentença quando Deus chegar. Só que ao contrário do juízo final, não tenho contas a prestar e meu destido está completamente fora do meu controle. Então só me resta esperar e rezar...e muito! E tuitar também, é claro! Pois nestas horas de solidão extrema é bom saber que tem gente por todo lado torcendo por nós.

Só que ao contrário do que acontece normalmente, quando a tortura acaba quando o médico entra na sala e mé dá os bons resultados, na segunda foi diferente. Quando já estávamos prontos para celebrar as boas imagens que acusavam "ausência de malignidade", o médico avisou num tom um tanto quanto sóbrio. "Agora vamos aguardar o resultado do exame de sangue." Hum? Como assim cara-pálida? As imagens estão ótimas! "Como você deve lembrar da última vez seus marcadores tumorais estavam elevados. Não deve ser nada. Esta flutação muitas vezes é normal, mas se este nível não cair, vamos ter que fazer mais exames, uma ressonância de torax," ele sentenciou.

Meu mundo, ou melhor, o nosso mundo, pois o coitado do Blake sempre está ao meu lado, caiu. E num segundo fomos da euforia absurda ao quase-desespero total. Um buraco se abriu no meu peito, ainda que momentaneamente. E tantas dúvidas voltaram a me assombrar.

O médico percebeu na hora nosso mudança de atitude. "Acho que vai ficar tudo bem," tentou nos animar, "mas a gente tem que ficar de olho," disse com um sorriso sem graça. "A gente te liga amanhã de manhã."

E aí? Quem vai dormir com um barulho destes? Outra noite em claro, e muitas, muitas orações. Ligo para os meus pais e eles também se preocupam, apesar de tentar esconder para me poupar. Mas claro que meu pai liga para o Dr. Joaquim que diz que a tal alteração deve ter relação com a gravidez/aleitamento. Ficamos mais tranquilos. Aliás, o bom médico é aquele que tem o dom de ser cuidadoso mas “cautiously optimistic” como dizem aqui. E o Dr. Joaquim sempre foi assim, muito franco, mas cautelosamente otimista. Ficamos mais tranquilos, mas acho que até o Dr. Joaquim deve ter ficado um pouquinho tenso com a situação.

No dia seguinte, nada da resultado, nada de ligação! Liguei ansiosa, mas nada da enfermeira. Só eu sei como fiquei trancada numa sala em reunião. Assim que meu telefone tocou, saí desesperada e sem fôlego, quando a enfermeira disse: “Seus resutlados estão perfeitos. O nível caiu para 3 – normal é entre 1 e 10. Isto é excelente!” Engasguei e mal consegui conter o choro ao telefone. Ela percebeu e disse, “Uma ótima semana para você. Fique bem! Que bom que pude te dar esta notícia!”

Liguei para minha mãe, que já tinha me ligado antes para dar a notícia. Ela fica feliz mas me diz que recebeu uma ligação do médico pedindo que ela comparecesse ao consultório com urgência: um exame de sangue acusave um número baixíssimo de plaquetas: suspeita de dengue hemorrágica. Do consultório, ela foi direto par aa emergência fazer mais uma bateria de exames. Mais stress....

Então o terremoto acontece, justo na hora que eu estva voltando da rua com meu almoço e senti tudo tremer, assim que entrei no escritório! Vi na hora que era terremoto. Acreditem, terremoto é como contração/trabalho de parto. Você pode nunca pode ter passado pela experiência mas sabe o que é na hora!

Mas entre tantos perrengues, o dia acabou bem – todo mundo a salvo e casa, graças a Deus. Agora é esperar pela Irene e rezar para ela mudar de ideia e enfraquecer quando chegar por aqui... De qualquer maneira já quero comprar umas barrinhas de cereal, água e frutas. Só para garantir... Ah, e logo mais tenho mais novidades para contar! Ufa!

Esta semana, com certeza, estou me sentindo no meio de um filme de ação...

August 21, 2011

Primeiros Passos...

Joaquim começou a engatinhar no Brasil. De um dia para o outro, finalmente conseguiu coordenar o movimento dos braços e das pernas e em poucos dias já engatinhava para todo lado. Tratamos logo de comprar o cercadinho, playard ou, como chamamos carinhosamente aqui em casa, baby jail.

Compramos um dos maiores modelo do mercado porque o Blake insistiu para que o Joaquim tivesse espaço, o que excluiu o nosso já conhecido pack 'n play que funciona superbem como bercinho portável -- usamos no Brasil! -- mas como playard não rola. Então junto com o Exersaucer , mantém o Joaquim seguro e ocupado.

Hoje, depois de uma tarde inteira no shopping, soltamos nosso bebê no chão, assim que chegamos em casa. E qual não foi a nossa surpresa quando vimos o nosso pequeno se apoiar no puff para se levantar. E não é que ele se levantou sozinho? Não uma, mas várias vezes e ainda ensaiou uns passinhos segurando nos móveis... Ai, ai, ai...é agora que a minha coluna vai se acabar mesmo!

Tudo indica que estamos entrando numa nova fase com o Joaquim, que aliás já "passou de ano" na creche e na próxima segunda, passa para o outro lado da sala, onde ficam as crianças "móveis". Só que como ele é determinado, decidiu que não ia esperar coisa nenhuma e já vai para o outro lado da sala sozinho!

Esta fase realmente é uma delícia e agradeço a Deus a cada momento por poder vivenciar isto... E como amanhã é Dia de Hopkins, fico ainda mais sensível e tudo tem um sabor muito especial para mim. Então, mais uma vez, peço a vocês todos que se tiverem um momento, dediquem uma prece ou um pensamento positivo para mim...

August 15, 2011

Reynaldo Gianecchini

Fiquei triste ao saber da doença do ator semana passada. Sei que, ao contrário do que muita gente pensa, a batalha vai ser árdua e que nestas horas fama, beleza, popularidade não adiantam praticamente nada. Dinheiro adianta alguma coisa, mas conheço gente que era podre de rica e junto com eles descobri que o dinheiro pode comprar muita coisa, mas a cura infelizmente fica fora do alcance.

O que pude constatar não só com a minha experiência, mas com a experiência de vários amigos queridos é que se tratando desta doença terrível nunca há certezas. Aquelas bobagens que a gente vive escutando que "fulano perdeu a luta quando perdeu a esperança", ou que "se ele tivesse um pouco mais de fé, o resultado seria diferente," só servem para machucar tanto o paciente quanto quem fica. Algumas das pessoas mais corajosas, positivas e bondosas que já conhecei na minha vida não estão mais aqui e não foi por falta de vontade. Muito pelo contrário, lutaram muito, lutaram bravamente e tiveram uma dignidade absurda até o final.

Desejo ao Gianecchini o que desejo a cada um que enfrenta esta doença: força e fé. A parada é dura, mas não impossível. O mais difícil é não enlouquecer. Pouco me importa o que este povo fala quando dizem que "tiraram de letra" o tratamento. Não sei o que se passa na cabeça deles, mas pelo que me lembro, é difícil pacas. Não só a parte física, mas a mental. Com tantas incertezas é muito difícil manter a cabeça no lugar. No meu caso, acho que a fé ajudou bastante.

August 11, 2011

Ser mãe é...



Cresci escutando a velha frase que diz que "ser mãe é padacer no paraíso", mas nunca entendi muito bem o sentido dela. Desconfio que tem a ver com os tantos dilemas e as nuances complexas do papel de mãe.

Hoje, vindo para o trabalho, escutei no rádio os resultados de uma pesquisa realizada pela revista Parenting. Os locutores estavam revoltados com o fato de que várias das 26 mil mães entrevistaas confessaram preferir perder 15 libras (ou quase 7 kg) a acrescentar 15 pontos ao QI de seus filhos. "Como pode alguém ser tão egoísta?," eles se perguntavam com indignação. Outras confissões incluiam mães que usavam o trabalho como desculpa para não cuidar de seus filhos ou filhos como desculpas para se livrar de obrigações sociais.

Falando francamente, acho muitas das "confissões" bem normais. A única que me tira do sério é saber que existem pais/mães que medicam os filhos antes de algum evento significativo (viagem de avião ou festa) sem nenhum motivo real, apenas para que eles durmam/fiquem quietos. Quando tem remédio em jogo, acho que a coisa fica mais séria. Há vários meses, o Joaquim vem sofrendo bastante por conta dos benditos dentinhos, que só recentemente começaram a dar sinal de vida, e confesso que um par de vezes apelamos para o Tylenol. Não para que ele ficasse quieto, mas sinceramente porque o incômodo dele nos parecia insuportável e não existe motivo para tanto spfrimento quando há alternativas.

Quanto a acrescentar 15 pontos ao QI do filho, também tenho minhas dúvidas, pois não acredito que QI altíssimo seja garantia de felicidade ou de sucesso na vida, muito pelo contrário. Assim como não acredito que beleza ou riqueza extremas sejam sinônimo de nirvana. Canso de dizer que quero que o Joaquim seja inteligente o suficiente, bonito o suficiente e nada mais. Só o caráter...este tem que ser pra lá de bom. As pessoas mais felizes e realizadas que eu conheço não são necessariamente as mais inteligentes e belas e nem todos os gênios ou apolos que cruzaram meu caminho são iluminados. Sendo assim, a não ser que estes 15 pontos fossem realmente cruciais para o Joaquim (se ele tivesse inteligência abaixo da média), acho que também não fariam muita falta.

O fato é que oito meses se passaram desde que assumi este papel para o qual -- já me conformei -- jamais vou estar preparada. Entendo muito bem as outras mães quando elas se dizem exaustas -- física e mentalmente -- com tantas demandas por conta de seus múltiplos papéis. Só tenho um filho, é verdade, mas tenho uma casa, um marido (que me ajuda muito, é verdade) e uma carreira (que apesar de não ser das mais estressantes, ainda exige bastante de mim.) Aos poucos faço alguns ajustes, me esforço muito, mas sempre ciente das minhas limitações, afinal sou humana. Sou humana e não sou despida de egoísmo e de falhas, mas me aceito assim, ou ao menos procuro ao máximo me aceitar.

Acho que uma das minhas qualidades é pensar a longo prazo e enxergar o todo sem me ater muito aos detalhes (às vezes sem importância) e é por isto que ainda luto para preservar algo de meu, da minha individualidade nesta nova função que ocupo. Entendo que no longo prazo o Joaquim também vai ganhar com isto. Vai ganhar entendimento e respeito por mulheres que vivem fazendo malabarismos para equilibrar família e carreira, o tempo todo.

August 8, 2011

De Volta



Este post é só par aavisar aos navegantes (se ainda restou algum!) que este blog não está totalmente à deriva. Sim, anda meio abandonado -- a vida virtual sofre quando a real esquenta -- mas em breve prometo dar notícias.

Nossa temporada no Brasil foi maravilhosa e teve direito a aniversários, batizado e casamento...coisa bem novela das oito, menos o drama, graças a Deus. Joaquim já mostrou que puxou a mãe e que gosta mesmo de viajar e nem se importa com a duração do voo. (Pelo jeito, os 10 voos de teco-teco em Honduras valeram a pena!)

Mas agora, é voltar ao trabalho porque a vida é dura... A temporada de água de coco fresquinha na Praia da Barra é finita! Então vamos voltar às caixinhas longa-vida em Maryland e dar graças a Deus pelas ótimas férias e começar a contagem regressiva para o Natal!