July 12, 2011

Chuck wood at the cat?



Ontem meu chefe me mandou um email perguntando se eu conhecia esta cantiga infantil. Imagina?! Um amigo dele, inglês que está morando no Brasil, mandou este mesmo link para ele.

A tradução em inglês? Chuck wood at the cat...

É a Galinha Pintadinha ganhando o mundo...quem diria?

July 8, 2011

Preparativos


Este ano completo 19 anos de vida Brasil-EUA, ou seja, tenho quase 20 anos de carreira de mula profissional. O tempo passa, as coisas mudam e só uma coisa permanece a mesma: o volume da minha bagagem. É uma coisa fenomenal! Ainda não tem estudos científicos que comprovem, mas eu digo sempre, brasileiro é o povo mais muambeiro do mundo! Ao que parece até a famosa revista Time se rendeu aos nossos gordos reais. E vamos combinara que seis bilhões de dólares é coisa para caramba, ainda mais numa país em crise!

Mas não preciso que a Time me diga isto, que brasileiro é comprador compulsivo até o lixeiro da minha rua sabe, pois o número de caixas vazias que reciclamos perto de viagens é um absurdo. Quando temos visita em casa também. Durante algumas semanas, o volume de lixo aumenta assustadoramente, afinal as caixas da Amazon e as sacolas de todas as lojas das redondezas têm que ir para algum lugar!

Aliás, a Amazon para mim foi a melhor e a pior das invenções. Não vou negar que tornou a minha vida mais fácil, pois não tenho que ir a zilhões de lojas atrás das encomendas mais esdrúxulas, mas em compensação, o povo se anima fazendo comprinhas online e extrapola. Compram um monte de coisas "bem pequenininhas" que acabam sendo maiores do que a minha mala! E haja mágica para fazer o zíper fechar. Amassa, senta, empurra, pula...afinal tem que caber tudinho na minha pequena mala de 32 kg!

Bom, vamos ver no que vai dar...O Blake que me aguarde. Acho que ele já está até tendo pesadelos por conta de tanta bagagem. Ontem mesmo ele dizia "A única vez na vida que eu pedi para a gente não levar muita coisa! Além das nossas bagagens temos que levar tudo para o Joaquim!" Um dia ele acostuma.

July 6, 2011

Música para os pequenos

Claro que como toda mãe desesperada, tentei me munir de tudo e qualquer coisa para acalmar o Joaquim. Músicas, vídeos, livrinhos e tudo mais. No desespero de noites e mais noites sem dormir com o Ipod em shuffle, até guia de meditação entrou na dança. Não sei bem se o Joaquim seguiu os conselhos da voz serena que pedia que ele fechasse os olhos e se imaginasse numa praia deserta pisando na areia fofinha e sentindo a brisa acariciar seu rosto, mas eu tentei! Às vezes ele dormia, às vezes ele berrava mais alto ainda.

Num daqueles rompantes de desespero, resolvi colocar uma ópera, um bom Pavarotti, no volume mais alto para que eu simplesmente não conseguisse mais escutar o choro estridente do meu bebê. Sim, pois os bebês alheios choramingam, reclamam, mas o meu BERRA, URRA, pior do que qualquer sirene de ambulância. Coisa ensurdecedora! Mas voltando para o Pavarotti, já desesperada, coloquei minha ária favorita e comecei a cantar, ou melhor, a berrar junto.
"Dilegua, o notte!
Tramontate, stelle!
Tramontate, stelle!
All'alba vincerò!
Vincerò, vincerò!
Vincerò!"

E não é que o Joaquim vencido pelo cansaço ficava queitinho pela primeira vez e dentro de pouco tempo adormecia.

Incrível, pensei, meu bebê de dois meses gosta de ópera. E dali para frente, quando se esgotavam todas as alternativas, era balancinho, ópera e cobertor. Lembro que uma amiga e a mãe vieram visitar e quando viram o ritual não acreditaram. "Seu bebê gosta de ópera? Como assim? Nunca vi nada parecido," exclamava a mãe, que até hoje quando me liga pergunta se o Joaquim continua fã dos tenores.

Umas semanas atrás uma amiga virtual me contou sobre um aplicativo nos telefones Android chamado Relax and Sleep que foi o maior achado de século. Você pode escolher de uma lista de mais de 35 sons ambientes que incluem trovões, oceanos, chuvas, grilos, águas, pássaros e muito mais. Além disso, ainda pode combinar vários sons e misturar volumes, criando uma melodia personalizada.

Claro que comecei minhas experiências com o Joaquim e já sabendo do gosto tão eclético quanto sui-generis dele, resolvi combinar canto de monges com chuva de verão. Resultado: em menos de cinco minutos ele cai direto no sono! Antes que alguém diga que foi sorte de principiante, esta semana quando ele estava de péssimo humor e eu tentanva fazê-lo dormir há mais de uma hora, apelei para o truque do celular e, mais uma vez, em cinco minutos, ele caiu no sono.

Ao que parece, além de ópera, Joaquim gosta de canto gregoriano! No gosto musical, ao menos, puxou à mãe!

July 5, 2011

Criança tem que ser criança

Existem poucas coisas que me irritam mais do que criança-prodígio. Detesto criança que fala como adulto, que se veste como adulto e que tem atitudes típicas de adultos mimados. Falem o que quiser, as crianças de programas de auditório me dão arrepios. Não vejo nada de bonitinho em uma menina de três anos com o rosto cheio de maquiagem e os cabelos cheirando a laquê. Acho um horror! Acho coisa de circo!

Fico chocada cada vez que ouço uma amiga americana dizer que vai levar à filha de quatro anos à manicure. É sério! Outro dia, no salão, vi um menino que deveria ter uns seis anos sentado na cadeira alta dos salões daqui com uma cara de quem não fazia a menor ideia do que se passava ou de como tinha chegado até ali. Será que a mãe dele não sabe usar um cortador de unha ou uma boa tesourinha? Ou será que ela acha que um menino de seis anos tem que ter o pé cutilado? Socorro!

Durante estes poucos meses da minha recente maternidade, venho sendo bombardeada por publicações voltadas a mães. Para a infelicidade do Blake, adoro revista de papel mesmo, gosto do cheiro, da textura da folha, das boas informações veiculadas...só não gosto dos tais ensaios fotográficos! Gente, parece coisa de revista de moda! Daqui a pouco vão lançar as mini-Angels da Victoria's Secret! O negócio é uma mega produção -- cabelo, maquiagem, unhas! A coisa me assusta.

Ano passado, vi alguns episódios de um programa de extremo mau gosto chamado Toddlers & Tiaras. Algo mais assustador não há. Meninas de três anos que pintam cabelo, fazem depilação, clareamento de dentes e usam unhas de silicone! E mães que na melhor das hipóteses deveriam estar num manicômio. Foi bem nesta fase que eu comecei a torcer para ter um menino, só assim não passaria nem perto desta raça transloucada. Nunca pensei que uma mãe tão complexada poderia ser tão nociva a seus filhos, principalmente se forem do sexo feminino.

Tenho certeza que deve haver o equivalente do sexo masculino -- deve ser o pai supercompetitivo que acha que o filho vai virar atleta profissional aos três anos -- mas pelo menos ainda não existe programa de TV para endeusar mais este grupo inútil.

Nunca me vi como mãe xiita. Muito pelo contrário, acho que sou bem aberta e flexível, mas se existe algo de que não abro mão é que o Joaquim seja criança o tempo que puder, pois algo me diz que a criança-prodígio de hoje é o adulto-problema de amanhã.