Estou passada com o desaparecimento do voo da Air France. Depois de uma noite chata cheia de insônia, acordei atrasada e saí correndo do banho para atender o telefone. Era o Blake. "Acabei de escutar no rádio que tem um voo Rio - Paris que está sumido no Atlântico. Liguei para te avisar," ele termina. "Oh my God, oh my God!," sei que é ridículo mas foram as primeiras palavras que saíram da minha boca. Acho acidente aéreo o fim! Podem dizer que morre muito mais gente de carro de que em desastre de avião, as só a notícia já é uma catástrofe. Me deixa meio sem chão, talvez porque eu ache o avião um lugar tão seguro. Quando todo mundo morre de medo em turbulência, eu sou aquela que está sempre calma. Quando meus companheiros de viagem fecham os olhos e apertam a minha mão, sou a passageira que diz com segurança que vai ficar tudo bem. Nem conto as tempestades e turbulências que já enfrentei nos tantos anos de voos...para mim tudo muito normal. Talvez seja até mecanismo de defesa.
Nunca tive medo de voar e desde muito jovem encaro voos transatlanticos sozinha, sem o menor problema. Quando mais nova, sempre dizia, "pelo menos a gente morre rápido". Mas com a idade, percebo que os tais segundos finais devem durar uma eternidade. Mudei de opinião, a melhor morte é a do coração, de preferência dormindo. Sou covarde mesmo, não quero saber de nada. Não quero ver a cara da morte nem um segundo antes do programado.
Ainda não divulgaram a lista de passageiros do voo. Imagino a dor destas famílias. Estou aqui roendo as unhas e morrendo de medo de ver algum nome conhecido, pois por maior que seja o Brasil, a gente sempre conhece alguém que perdeu alguém. Ainda mais no Rio, a minha cidade, que eu vivo dizendo que apesar de grande metrópole é no fundo uma aldeia, onde todo mundo se conhece. Que Deus console estas famílias... Parece que havia várias crianças e um bebê a bordo, o presidente da Michelin para América do Sul também estava no voo, assim como D. Pedro de Orleans. E tantos outros que seguiam desavisadamente o seu destino e que tiveram suas vidas tão tragicamente abreviadas.
Detesto acidente. Detesto morte.
5 comments:
Ai, Dani... Muito horrivel... Eu nao consigo nem imaginar o desespero das familias, amigos.
Eu fiquei passada. Por mais que acidentes aereos sejam poucos se compararmos com acidentes de trem/carro/barco/cavalo, eu me arrepio toda so' de pensar. Quem mora longe da familia, como eu, tem o aviao como parte constante da vida. Morro de medo quando penso nisso...
Oi Dani,
Nossa, estou chocada com este acidente, estava pronta para sair e o Neto me contou, eu não tenho medo de avião, simplesmente tenho pânico!! No momento da decolagem, quase morro de tanto pãnico, no ano passado fui para Buenos Aires de jatinho, saí 10 horas da noite com uma tempestade terrível, tive vontade de desistir,mas como estáva com mais dois casais, tive que manter uma linha, mas só consigo bebendo alguma coisa, ou vinho, ou vodca, seja lá o que for, o Neto rí de mim, aí que fico mais nervosa.
Mas, o que me apavora é aquela sensação de "agora não tem mais volta", sabe quando a porta se fecha?
Meu Deus, me ponho no lugar dos familiares....muito, muito triste.
Bjs,
Paula
Também fiquei passada, Dani... Amo Paris e ico pensando que para alguns naquele vôo conhcer a Cidade Luz, seria a realização de um sonho... O casal em lua de mel... O senhor e sua esposa comemorando os 7 anos dele... =( triste, triste, triste...
Dani,
atualizei o blog ao vivo semana passada e hoje passei por aqui para ler. Suas palavras são realmente as que penso, com a diferença que eu sou aquela que tem pânico de turbulência e só não reclama qdo dorme!!! Hoje foi a missa que a minha Companhia fez pela minha amiga Adriana e os 2 empregados que estavam no vôo. A força da família dela é impressionante, é Deus que dá essa força, tenho certeza. A cerimônia foi linda, com o coral, uma paz, uma tranquilidade...como devia ser sempre a passagem. Não com tragédia, acidente... Fique com Deus!
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