October 24, 2008

A primeira mamografia a gente nunca esquece


Acabo de voltar não da primeira, mas da segunda mamografia e graças a Deus está tudo bem. Ufa! Depois de dez dias volto a respirar mais aliviada.

Mas vamos voltar ao início desta história. Aqui nos EUA, como no Brasil, todas as mulheres devem começar a fazer mamorafia aos 40 anos. Mas como nos States, tudo é um pouco mais complexo, a orientação médica a fazer a primeira mamografia aos 35 anos. Como eu sou a paciente mais proativa do mundo, resolvi fazer a minha ANTES de completar 35!

Como outubro aqui é "Breast Cancer Awareness Month", lá fui eu marcar o tal exame no novíssimo Breast Center do University of Maryland Medical Center. O novo centro foi inaugurado a menos de um mês, então está tudo tinindo de novo.

Assim que cheguei do Brasil no começo do mês fui lá para minha primeira mamografia. Tudo muito bonito, tudo muito limpo, na hora marcada a enfermeira chama "Ms. Baron, come on in." E aí começa o ritual.

Troque sua roupa pelo avental dentro da cabone, guardeseus pertences no locker e leve a chave. Daqui a alguns minutos a senhora será chamada." Sento na sala de espera já de avental um pouco ansiosa. Pego a primeira revista para folhear e abro numa página que diz "Mamografia: Vale mesmo a pena? Os perigos dos falsos positivos neste exame." Fico arrepiada. Seria isto um sinal? "Peloamordedeus, me deixem em paz! Será que não tenho direti a fazer um exame e ter um resultado normal?", penso. Em poucos segundos a enfermeira me chama e me leva a tal sala de exame.

Entro na sala, desta vez clara, e dou de cara com uma máquina de design pra l'ade futurista. Medo! Recebo as instruções num tom seco. "Por favor, tire o braço direito do avental e ponha o seio na máquina," diz a técnica, pois aqui nos States médico não entra na sala de exame não... Só em caso muito especiais.

Obedeço as ordens e coloco o seio direito na máquina. Afasto o braço e sinto a pressão. Como dizem aqui, chegou a hora da panqueca de peitinho! Um incômodo perfeitamente suportável. Viro para um lado, viro para o outro. Coloco o seio esquerdo. Obedeço as instruções e rapidamente o exame é encerrado. Antes de sair da sala, a enfermeira me dá um aviso: "Como este é seu primeiro exame, há possibilidade de você ser chamada aqui novamemente. Dentro de uma semana a dez dias você deve ter notícias nossas. Ou um telefonema para voltar para mais exames ou uma carta dizendo estar tudo bem." Sinto um frio na espinha e penso "Lá vou eu de novo... Eu queria tanto uma cartinha..." saio da sala meio preocupada, mas o negócio é esperar para ver.

Passam-se sete dias e nada. Estou feliz, feliz, acho que eles esqueceram de mim!!! No oitavo dia meu telefone toca. Não!!! Sim, era do tal Breast Center. "Ms. Baron, aqui é a fulada de tal do Breast Center, nós vamos ter que trazê-la de volta para mais exames." Sinto um nó na garganta e pergunto: "Vocês acharam alguma coisa? tem alguma coisa errada comigo? Estou doente?" Como sou tola!!!! Aqui nos EUA, as atendentes não dão nenhum tipo de informação por telefone. "Não posso informar," ela responde. "Preciso que a senhora entre em contato com seu médico e peça a autorização para fazer uma mampgrafia diagnóstica e possivelmente uma ultra."

PÂNICO!!!

Como não entendo nada, já vou achando que só a mamografia não dá, pode ser coisa mais grave então eles já querem fazer ultra-som. Estou a um passo da biópsia!!! Meu Deus, meu Deus, me tira daqui. Param o mundo porque eu quero descer!!! Ligo para o meu ginecologista gente boa. Deixo recado e a enfermeira legal me liga em seguida. "Dani, não estou acreditando... Que chato!" Pergunto logo, "Eles viram alguma coisa?" Ela responde que provavelmente sim, mas que não isto quer dizer nada. "De repente tem uma imagem que não está muito clara e eles vão ter que repetir. É seu primeiro exame, eles não tem base de comparação. Não se preocupe demais, mas volte lá para tirar a dúvida."

Ligo para marcar o segundo exame e me informam que a próxima data disponível é dia 4 de novembro. No Way, imploro por um horário o mais rápido possível. "Dia 24 de outubro às 7.30 da manhã, pode ser?," ela pergunta. Aceito na hora -- vá dormir duas semanas com um barulho destes!!!

Mas não tem outro jeito a não ser esperar o tal dia 24 de outubro. Ligo para casa apavorada e a minha família que tem levado um susto atrás do outro já fica com a pulga atrás da orelha... "Não há de ser nada," todos me dizem, mas que fica aquele desconforto no ar, isso fica.

E desde aquele dia só escuto falar em câncer de mama! Então pensamentos idiotas me invadem a cabeça Será que de tanto falar que queria um lacinho rosa, se encarregaram de me dar de presente câncer de mama? Será que pode ser alguma cosia do fígado? O que será que eles viram???

E nos dez dias que antecedem a tal consulta, faço o tal auto-exame da mama de cinco em cinco minutos e não acho nada!!! Lembro da enfermeira camarada que trabalha com meu ginecologista me dizendo que a grande maioria dos tumores são achados pelas próprias mulheres. Penso que não há casos na minha família. Sei que não faz o menor sentido cogitar uma ligação entre o fígado (que está 100%) e a mama. Mas tenho medo. medo que as vezes se trnsforma em pavor. Depois te tanta pancada, minha tolerância para este tipo de susto é zero. Estou fragilizada, é verdade.

Mas enfim chegou o tal dia da mamografia e desta vez alistei meu fiel escudeiro Blake, que como sempre nem pensou duas vezes antes de me acompanhar. E lá fomos nós dois às sete da matina para o Breast Center.

Chegando lá o ritual se repete: preencha a ficha, dirija-se à sala de espera, troque de roupa e aguarde...aguarde...aguarde... Sou chamada pela enfermeira, de volta par aa sala psicodélica. Obviamente pergunto a ela o que estou fazendo ali de novo. Ela me tranqüiliza, diz que tem uma imagenzinha que não deve ser nada mas que precisa ser revista e me pede para colocar o seio na máquina, me avisando que desta vez vai apertar mais. E como! Mas tudo bem, para que tem veia bailarina e tem que fazer tomo com contraste a cada três meses, um amassão não é nada. A danada da imagem em questão é microscópica e está quase no meu músculo. E mais estica e puxa. E eu que pensava que quem não tinha peito estava fora do grupo de risco. Doce ilusão! Agora sim, ela vê a imagem, mas a qualidade é ruim. "Acho que vamos precisar de um ultra-som."

E tome de espera...e tome de reza...Acho que Deus já deve estar de saco cheio de mim, mas c'ést la vie. Depois de uns quarenta minutos, a enfermeira me leva até a sala escura de ultra-som. Eles me trnaquilizam dizendo que é algo muito pequeno e que só querem dar mais uma olhada, mas que ao que tudo indica é um micro-cisto que deve ser monitorado. É tão micro que a técnica quase não consegue achá-lo. Depois de muita confabulação, saio de lá com o vericto quase final. "Provavelmente benigo. Sugerimos nova visita dentro de seis meses." O médico, que resolveu dar as caras, entra na sala e me explica que este cisto pode sumir ou ficar como está, mas como esta é a minha primeira mamografia, eles precisam de mais dados para construir meu histórico, por isto sugerem nova consulta em seis meses.

Tudo bem, penso, poderia ter sido bem pior. Mais estica e puxa em seis meses... não é tão ruim assim! E que venha 2009!

6 comments:

Monica Lima said...

Ola Dani,
Eu tambem ja tive um carocinho no seio que, ao contrario do seu, era bem grandinho e tive que tirar. Realmente e' benigno, mas ninguem quer viver com um cisto desses encomodando, ne'?
Hoje estou proibida pelo meu medico de tomar qualquer tipo de hormonio, anticoncepcional, etc., ja que, segundo ele, os hormonios sao o "alimento" pra esses carocinhos.
Nao sei se voce toma pilula ou nao (nem e' da minha conta), mas ai vai a dica pra voce e pras outras meninas: se voce tem tendencia a desenvolver esses cistos, e' melhor evitar a pilula e qualquer outro metodo anticonceptivo com hormonios. Na duvida, e' melhor nao arriscar.

Beijos!

Dani said...

Monica,
Realmente boa a dica.
Não tomo pílula não...nem qualquer tipo de hormônio, pois assim como no seu caso, os médicos acham que a pílula pode ter sido responsável pelo tumor no fígado.
Hoje em dia não tomo nem remédio! Só fico no chazinho...e viva a natureza!

Anonymous said...

Graças a Deus , minha filha, está tudo bem com vc.
Seja feliz, curta a sua linda casa e viva a vida pois vc merece!!!!!
Love,
MOM

Anonymous said...

Dani,
graças a Deus!
São males da vida moderna. A melhor coisa que fiz foi parar com a pílula há uns anos. Me sinto muito melhor hoje e nao aumentou a bolinha do fígado, nem apareceu de novo a do seio, graças a Deus! Mas que qq coisa a gente logo desespera por conta dos históricos pessois (vc) e familiares (eu), ah, desesperamos! Boa semana para vc!
Parabens por ser uma paciente pro-ativa e se cuidar!
bjs
Cris

Sam said...

Oi Dani,
hoje eu recebi um telefonema desse!Fiz minha primeira mamografia aqui (USA) Quinta-feira passada e foi batata... eles me ligaram marcando uma utra-som para o mês que vem, gostaria de fazer este exame logo, pois a minha mente não para de pensar coisa ruim. Perdi minha mãe com cancer nos ossos (Miêloma), mas não é genético, mas nos deixou com grande trauma na nossa família. Meus Deus! Tudo o que vc escreveu eu estou passando hoje!!

Dani said...

Sam,
Obrigada pela visita -- pena que o motivo não é dos mais agradáveis, né?
Sei bem o que você está passando e até a gente ouvir o resultado final, fica nesta agonia. Vou dizer o que sempre digo para mim mesma, as probabilidades de não ser nada são infinitamente maiores, então vamos nos apegar a elas. No meu caso, a questão era que eu tinha seios "densos" o que tornava as imagens confusas, mas depois da ultra, eles viram que não se tratava de nada sério. Fiz uma mamografia ano passado, e depois de ter amamentado, parece que meus seios já não são tão densos assim, graças a Deus!
Mande notícias e fique tranquila. Daqui envio minhas preces e vibrações positivas.
Bjs