October 15, 2008

Página (quase) virada


Hoje cheguei um pouco atrasada ao trabalho. Quando acordei, me dei conta que nãovoltaria mais a nossa casa em Sykesville, que aliás deixa oficialmente de ser nossa casa amanhã, depois que o Conselho Tribal (é assim que chamamos a família indiana que vai comprar nossa casa, pois todas sa decisões demoram uma eternidade e certamente têm que ser aprovadas por unanimidade por todos os 20 membros) assinar a compra.

Sensação esquisita. Nunca fui fã daquela cidadezinha. Nunca me senti em casa lá. Por mais que tentasse, jamais consegui fazer amigos por lá. As pessoas não são más, de jeito nenhum, mas para falar a verdade, ainda não consegui achar a minha turma aqui em Maryland, por mais estranho que possa parecer. Às vezes acho que as pessoas olham para mim com uma certa curiosidade... “menina da cidade grande, morou em Nova York, estudou na NYU, viajou muito, sei lá”, mas aqui na roça tenho status de semi-celebridade. Vai saber!

Mas voltando a Sykesville, meu sonho sempre foi sair de lá e romper aquele isolamento, pois além da cidade ser “country”, é distante de tudo. Para ir a um mall decente, tenho que dirigir pelo menos uma meia-hora. Notem que não estou citando museus, restaurantes badalados ou teatros, estou falando de shopping center! Depois não me digam que não ajustei as minha expectativas.

Mas ontem depois do trabalho, fiz as últimas coisas que tinha que fazer por lá – passei na lavanderia para pegar umas roupas, deixei um material na American Cancer Society, fiz a unha no meu salãozinho preferido lá e passei na igreja para deixar umas doações. Voltando para casa, olhei ao meu redor e me senti esquisita. Chegando em casa, fui me despedir dos meus vizinhos, que são muito gente boa e têm dois filhotes adoráveis. Vou sentir muita falta deles. Pois é, vou sentir falta dos meus vizinhos de porta e dos supermercados bacanas de Sykesville/Eldersbug, que por incrível que pareça tem mais supermercados por metro quadrado do que 99% das cidades americanas e as lojas são bem legais, limpas e com muitas opções orgânicas e vegetarianas.

Vamos ver o que nos aguarda em Emerson. Detesto despedidas, então estou procurando não pensar muito. Acho que ainda não registrei que a minha saída hoje foi definitiva...

Como diz o Blake, sentimentalismos a parte, chegou a hora de virar a página.

5 comments:

Fernanda França said...

Mudar é uma delíciaaaaaaaaaaaaaaa!!!! Tô precisando, querida. Muito. Aqui o shopping mais perto fica a 40 minutos de estrada. Não ria, é verdade, enfim, não vou falar mal daqui enquanto eu não for embora hahaha Beijos, Fê.

A grande batalha! said...

Olá Dani!
Tomei conhecimento do seu blog através de uma amiga que teve linfoma, ainda não li todo o blog, mas estou me empenhando nisso.
Tenho um também, o qual decidi fazer no dia em que tive a notícia de que estava com câncer de mama, aos 29 anos e com dois filhos lindos, e isso foi há 5 meses, operei há 4 e hoje estou ótima!Gostaria muito de trocar opiniões e ajudar a desmistificar essa imagem que as pessoas têm do câncer.
Conte comigo.
Um abraço,

Thaís
thaisandrademonteiro@ig.com.br
http://www.agrandebatalha.blogspot.com

Anonymous said...

Me orgulho de ter conhecido Psychoville rsrs - trabalhando em casa, eu criaria meus filhos lá - mas dirigindo aquilo tudo, te dou toda a razão, parabéns! Seja muito feliz em Emerson - espero poder conhecer em breve!!! Obrigada pelo convite. bjs

Ana Claudia Lintner said...

Felicidades por onde quer que voce va, Dani. E isto que te desejo.
Beijo
Aninha

Roy Frenkiel said...

"Kol hahatchalot kashot." Todos os inicios sao dificeis. Mas todos os inicios terminam. Boa sorte, pensamento positivo e atitude positiva!

bejux

RF