September 11, 2008

September 11th



É como os americanos se referem a esta data que marcou para sempre a história do país e do mundo. É um daqueles dias que a gente vai lembrar para sempre o que estava fazendo, com quem e onde estava. Não dá para esquecer, é marcante demais.

Quando eu era pequena minha mãe sempre me falava do dia que Martin Luther King Jr. morreu e de como ela ficou triste. Imagine, minha mãe nunca tinha pisado nos EUA, não falava bem inglês e naquela época não existia internet, mas a crueldade de um atirador solitário marcou-a para sempre.

Me lembro de poucos dias assim... Por algum motivo louco me lembro exatamente dos dias que soube que John Lenon, Karen Carpenter e Marvin Gaye haviam morrido, respectivamente em 1980, 1983 e 1984. (Não me lembre o motivo, apesar da pouca idade nunca me esqueci destes acontecimentos.)

Mas voltando ao onze de setembro, aquilo me parecia completamente surreal, pois fazia poucos meses que tinha deixado Nova York e voltado a morar no Rio. Estava naquela semana planejando a minha viagem de volta que aconteceria poucos dias depois. O plano original era passar o feriado de sete de setembro lá, mas como a minha avó faz aniversário dia 13 e tinha muitos anos que não passava a data em casa, resolvi adiar a passagem para dia 14. Eu jamais poderia esperar que no dia 14 de setembro de 2001 não houvesse vôos para Nova York. Mas não houve e a minha viagem acabou acontecendo duas ou três semanas depois a bordo de um avião praticamente vazio.

Em Manhattan seu sempre morei em Greenwich Village -- downtown, west side -- e as Torres Gêmeas sempre foram meu ponto de referência. De onde estivesse, via as Torres e sabia que elas eram o sul da cidade. Até hoje acho muito estranho ainda andar na Sétima Avenida em sentido sul e não vê-las a minha frente. Ficou um buraco, um vazio, uma cicatriz eternamente exposta.

Os dias que passei em Nova York depois do onze de setembro foram completamente fora do normal -- ruas vazias, restaurantes às moscas, uma bad vibe no ar. A cidade inteira parecia envolta numa nuvem cinza e pesada. Os ataques foram um tapa na cara de todos.

Teve gente no Brasil que demonstrou uma insensibilidade ridícula através de comentários infelizes e de opiniões mesquinhas. "Os americanos mereceram" ou "O Bush é mesmo um idiota." Coisa de gente medíocre mesmo. O que os mais de três mil inocentes tinham a ver com aquilo? Covardia pura.

O que estes idiotas de plantão esqueceram é que o mundo inteiro estava lá naquelas Torres. Além dos cidadãos americanos, pessoas de 91 nacionalidades diferentes morreram nos atentados. E mesmo quem não estava no World Trade Center morreu um pouco naquele dia ao acompanhar o sofrimento de tantos inocentes.

E daquele dia em diante, o mundo nunca mais seria o mesmo...

1 comment:

Roy Frenkiel said...

Dani, eu tambem me lembro exatamente onde estava e relatei la em casa.

Beijao

Roy