August 3, 2009

Melting Pot

Uma das coisas mais fascinantes de morar nos EUA é a mistura de culturas que a gente vê em qualquer esquina. Como se diz por aqui, este país é o verdadeiro melting pot, não tem pra ninguém quando o assunto é diversidade. Aqui tem de tudo! E cada vez mais!

Lembro que quando cheguei aqui para fazer faculdade em 1992, quase caí pratrás ao perceber que simplesmente mais de 40 nacionalidades estavam representadas numa faculdade minúscula que só tinha umas 700 e poucas alunas e ficava no meio do nada num dos estados mais conservadores dos EUA. Claro que hoje a situação na Virginia é completamente diferente, principalmente nos arredores de Washington, DC, mas se alguém se atrever a pegar a 95 e dirigir umas quatro horas no sentido sul, vai encontrar uma realidade completamente diferente, sem contar um sotaque muito, muito sulista!

O bacana daqui é que em qualquer meomento você pode ser transportado para um outro mundo. Sábado, por exemplo, tínhamos um monte dependências pra resolver. Fomos primeiro ao banco onde o Blake tem conta e fomos atendidos pela Corinne, do Quênia. Depois fomos resolver uma outra coisano meu banco e quem nos ajudou foi o Lawrence, de Camarões. Saindo de lá, começamos a busca interminável por um sofá grande e mega-confortável para a sala de cinema lá de casa. Ao entrarmos na primeira loja, fomos saudados por Nana, de Gana, um senhor muito simpático que abriu um sorriso enorme ao avistar a Medalha Milagrosa que levo no meu pescoço. "Você é católica!," foi a primeira coisa que ele disse. Fiquei tão surpresa que custei a entender. Ele me disse que tinha deixado o seminário na terra natal, mas que agora estava feliz porque o filho seguiria a vocação. Ser padre na África, tem que ter memos vocação, pensei eu. Mas como bom africano, Nana também adora futebol e logo engatou uma conversa animada com o Blake.

Sei que reclamos bastante daqui, mas são dias como estes, completamente corriqueiros e comuns que dão graça à vida. É quanbdo a gente sai de casa pra resolver pepinos e acaba dando uma volta ao mundo sem sair do lugar. Cada uma daquelas pessoas que encontrei naquela manhã tinha uma história tão diferente da minha, trazia consigo uma bagagem tão rica e tão cheia de experiências diferentes das minhas que fiquei imaginando o Nana jogando futebol num seminário em Gana, o Lawrence andando pelas ruas de Camarões e a Corinne numa roupa bem colorida tipicamente do Quênia. E pensar que agora todos estão por aqui, em busca de uma vida melhor.

Num período turbulento por aqui, com tantos debates sobre imigração, quando tantos imigrantes são acusados de tantas coisas ruins, é bom ver que tem muita gente longe de casa trabalhando duro para viver o tal American Dream.

1 comment:

Cristina said...

Dani,
banco aberto no sábado?! Entendi certo? Que sonho!!! Adorei o post!