January 30, 2009

Ponto pra Mim!


Acreditem se quiser, mas acabei de colocar uma das minhas principais resoluções de ano novo em prática: me matriculei na yoga!!! Depois de um longo e tenebroso inverno (que aliás ainda está por aqui), resolvi fazer as pazes comigo mesma e embarcar na atividade dos sábios milenares.

Tudo bem, não é nenhuma atividade radical, não estou correndo maratonas, nem vou viver internada numa academia, mas quem me conhece sabe que yoga já está de bom tamanho. Meu estilo charmoso de correr se assemelha oa de uma pata e a minha afinidade com os aparelhos de musculação é tanta que tenho até medo de chegar perto dos monstros. Definitivamente, academia n ão é nem nunca foi a minha praia. No quesito saúde sou mais bicho-grilo.

Já fiz várias aulas de yoga em diferentes fazes da minha vida, mas nunca me comprometi com um regime sério ou um número maior de sessões. Sempre optei pelo sistama pay as you go. Como pouco ia, não pagava quase nada! Genial para o meu bolso, não tão bom para meu corpo sedentário. Mas como resolvi seguir à risca as recomendações da minha médica gente-boa, yoga estava no topo da lista, e fazendo uma busca na santa internet, descobri que uma das escolas de medicina holística e bem-estar mais conceituadas nos Estados Unidos fica a CINCO minutos da minha casa! Dá para acreditar?

Então sem mais desculpas, resolvi aparecer nas aulas abertas à comunidade. Segunda, Blake e eu fomos conferir uma aula de meditação depois do trabalho. Eu gostei muito. E confesso de morro de inveja destas professoras de yoga e meditação. Adoro o tom de voz sereno delas, a fala pausada e calma, que nada lembra meu modo frenético e caótico de falar. A desculpa é que tenho tantas idéias ao mesmo tempo que se demorar a soltá-las, esqueço. Se as idéias são um mínimo interessantes ou geniais, well, aí são outros quinhentos.

A sala estava lotada e a aula parece que vai ser um barato, mas eu realmente queria algo que movimentasse meu corpo, então resolvi experimentar a aula de yoga também. Desde o ano passado tenho procurado lucamente studios de yoga por aqui. Já visitei uns cinco e não gostei de nenhum, ou porque o pessoal é meio esquisito (aliás é o que mais tem por aqui!) ou porque é fora do meu caminho, ou porque o horário não bate ou por outro motivo qualquer.

Ontem estava determinada a ir conferir a aula no tal instituto, mas ent ão me toquei que tinha esquecido a minha roupa em casa... E a minha chefe que pode ser o terror (dependendo do humor dela) estava aqui ontem, então sair mais cedo estava fora de questão. Liguei para lá e expliquei o meu caso. A voz do outro lado da linha me disse que ia ter gente preparada e gente que ia com a roupa do corpo. Era o que eu precisava ouvir. Lá fui eu!

Pausa para um comentário: Normalmente o esquecimento da roupa em casa já teria sido o bastante para eu ter desistido da aula. Freud diria que na verdade já era eu me boicotando, pois sem roupa apropriada não haveria santo que me convencesse a entrar na sala. Sou muito certinha e sempre acho que está todo mundo olhando para mim. Detesto chamar atenção, principalmente por motivos idiotas, como fazer aula de yoga de calça social e sweater de lã.

Cheguei lá em cima da hora e a sala, que era enorme, estava abarrotada de gente prontinha para a aula. Todos vestidos apropriadamente sentadinhos nos seus yoga mats. Todos menos eu e mais duas gatas pingadas! Isto aí, fora eu, só havia duas gaiatas tapadas de roupa de trabalho. Mas quem está na chuva é para se molhar, então respirei fundo, entoei meu OM e segui em frente.

A professora era uma gracinha e o grupa parecia simpático. A aula foi bem bacana e apesar dos meus trajes, consegui me concentrar na maior parte do tempo e fazer as poses. (Viva o Wii!!!) No final, ela fez um amassagem ótima no pescoço de todo mundo e tirou umas dúvidas. Pela primeira vez em muito tempo não me senti uma estranha completamente deslocada – nem sei o motivo. Decidi que ia me matricular na hora e quando estava completando a minha ficha de inscrição, uma mulher jovem se aproxima e pergunta “Tem alguém se inscrevendo para as aulas que não tem yoga mat (colchão de yoga?)?” Num dos meus raros arroubos de cara-de-pau, respondi que sim. Ela na mesma hora me estendeu um lindo mat cor-de-rosa e disse “Fica para você!” Eu perguntei o preço e ela disse “É presente! E ele é ótimo, paguei uns 50 dólares por ele, mas já tenho muitos. Aproveite!”

Isto ela pode ter certeza! E como diria a minha mãe, talvez o gesto dela tenha sido um sinal... Talvez a minha atitude peculiar de fazer a tal aula mesmo sem estar vestida adequadamente seja um sinal... Sei lá! Só sei que saí de lá naquela noite gélida e escura feliz da vida por ter achado um cantinho onde tivesse me sentido à vontade. Adorei o lugar! Adorei a livraria, a biblioteca aberta ao público, a vibe das pessoas... E tudo isto, bem no meu quintal! Que sorte a minha!

2 comments:

Rossana said...

Oi Dani...
Deixei um obrigada pelo selinho, e um comentário sobre o seu blo lá no meu!

Anonymous said...

Quem me dera encontrar um lugar legal perto de casa (na Itália).
Eu também gosto de achar que essas coisas são sinais. Aproveite os seus e mergulhe de cabeça. Só vai te fazer bem.
Um beijo
Gaby