May 26, 2009

Todd de novo

Acabei de voltar do hospital. O Todd estava dormindo, mas fiquei quase uma hora conversando com a mãe dele, a Carmi, uma mulher determinada e forte que é uma verdadeira leoa ao prteger sua cria. Ela saiu de Iowa em setembro, quando o Todd faria o transplante que foi adiando para dezembro, e nunca mais voltou. Não sai do lado do filho caçula por nada.

Quando cheguei lá, ela me disse que o Todd estava dormindo, então percebi que quem precisa falar era ela. Nos sentamos na sala de espera do sétimo andar, do lado de fora do CTI e la me contou as últimas novidades.

Os pulmões do Todd são realmente o foco do problema. Desde o início, a suspeita foi GVHD, mas os médicos ainda não puderam comprovar nada. Às vezes, eles descartam a hipótese, outras vezes ela volta com força total. Carmi, que é enfermeira, pressionou para que fosse feita uma biópsia. Os médicos tentaram adiar ao máximo, mas o medo é que se a causa do problema não for encontrada logo, Todd pode perder a chance de viver.

Pela manhã, um dos médicos explicou a ela, que de cada quatro transplantados, um não sobrevive ao transplante, um supera os primeiros obstáculos e passa a levar uma vida normal e dois acabam sucumbindo não à dopença, mas em decorrência das complicações. Este tal médico basicamente colocou o Todd no grupo daqueles 50% que vão acabar partindo por conta das complicações.

Imagine o que é isto para uma mãe?! Uma mãe como a Carmie, que não pensou duas vezes antes de largar a vida dela no meio-oeste americano para ficar dia e noite ao lado do filho? Ela diz que tem lido muito e que tem se preparado para aceitar a vontade de Deus, mas que ainda não chegou ao ponto de desistir, já que o Todd continua lutando.

Mais tarde, entretanto, um outro médico foi conversar com ela e disse que tem esperanças de que o Todd vai sair desta. Disse que se for mesmo constatada GVHD, eles vão entrar com remédios bem fortes que devem ajudar a combater o bandido. Este médico, de acordo com a Carmi, é bem humorado e parece gostar do Todd. Quem pode não gostar dele, um garoto realmente ótimo.

É nestas horas que a gente vê que há médicos e médicos. Claro que entendo que muitas vezes o dever do médico é preparar a família e dizer sempre a verdade, mas há várias formas de fazer isto. Ninguém é idiota de pensar que o caso do Todd não é grave, mas se ainda há tratamentos possíveis, então ele ainda tem chance. Como se a doença não fosse cruel o suficiente, o paciente e a família ainda tem que lidar com isto, muitas vezes com a inabilidade dos médicos e enfermeiros em dialogar. No meio de tanta dor, entre tantas dúvidas, a gente ainda tem que optar por qual médico ouvir. Ninguém quer ser enganado, mas morrer ou ser desenganado antes da hora é duro demais.

2 comments:

Debora said...

Oi Dani tudo bem???

Que bom que o Todd encontrou um médico de bom coração, que pode além de cuidar dele dar carinho, afeto e conforto para ele e para mãe...

Com relação ao meu primo ele só irá par o Inter na próxima temporada, então tudo depende de quando será esse jogo!!!


Beijinhos.

Ana Paula Sampaio said...

Oi Dani querida! Quanto tempo sem vir aqui...Vou te lendo devagar para me atualizar... beijos!