Acabei de voltar do hospital. O Todd estava dormindo, mas fiquei quase uma hora conversando com a mãe dele, a Carmi, uma mulher determinada e forte que é uma verdadeira leoa ao prteger sua cria. Ela saiu de Iowa em setembro, quando o Todd faria o transplante que foi adiando para dezembro, e nunca mais voltou. Não sai do lado do filho caçula por nada.
Quando cheguei lá, ela me disse que o Todd estava dormindo, então percebi que quem precisa falar era ela. Nos sentamos na sala de espera do sétimo andar, do lado de fora do CTI e la me contou as últimas novidades.
Os pulmões do Todd são realmente o foco do problema. Desde o início, a suspeita foi GVHD, mas os médicos ainda não puderam comprovar nada. Às vezes, eles descartam a hipótese, outras vezes ela volta com força total. Carmi, que é enfermeira, pressionou para que fosse feita uma biópsia. Os médicos tentaram adiar ao máximo, mas o medo é que se a causa do problema não for encontrada logo, Todd pode perder a chance de viver.
Pela manhã, um dos médicos explicou a ela, que de cada quatro transplantados, um não sobrevive ao transplante, um supera os primeiros obstáculos e passa a levar uma vida normal e dois acabam sucumbindo não à dopença, mas em decorrência das complicações. Este tal médico basicamente colocou o Todd no grupo daqueles 50% que vão acabar partindo por conta das complicações.
Imagine o que é isto para uma mãe?! Uma mãe como a Carmie, que não pensou duas vezes antes de largar a vida dela no meio-oeste americano para ficar dia e noite ao lado do filho? Ela diz que tem lido muito e que tem se preparado para aceitar a vontade de Deus, mas que ainda não chegou ao ponto de desistir, já que o Todd continua lutando.
Mais tarde, entretanto, um outro médico foi conversar com ela e disse que tem esperanças de que o Todd vai sair desta. Disse que se for mesmo constatada GVHD, eles vão entrar com remédios bem fortes que devem ajudar a combater o bandido. Este médico, de acordo com a Carmi, é bem humorado e parece gostar do Todd. Quem pode não gostar dele, um garoto realmente ótimo.
É nestas horas que a gente vê que há médicos e médicos. Claro que entendo que muitas vezes o dever do médico é preparar a família e dizer sempre a verdade, mas há várias formas de fazer isto. Ninguém é idiota de pensar que o caso do Todd não é grave, mas se ainda há tratamentos possíveis, então ele ainda tem chance. Como se a doença não fosse cruel o suficiente, o paciente e a família ainda tem que lidar com isto, muitas vezes com a inabilidade dos médicos e enfermeiros em dialogar. No meio de tanta dor, entre tantas dúvidas, a gente ainda tem que optar por qual médico ouvir. Ninguém quer ser enganado, mas morrer ou ser desenganado antes da hora é duro demais.
2 comments:
Oi Dani tudo bem???
Que bom que o Todd encontrou um médico de bom coração, que pode além de cuidar dele dar carinho, afeto e conforto para ele e para mãe...
Com relação ao meu primo ele só irá par o Inter na próxima temporada, então tudo depende de quando será esse jogo!!!
Beijinhos.
Oi Dani querida! Quanto tempo sem vir aqui...Vou te lendo devagar para me atualizar... beijos!
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