May 13, 2009

Farrah Fawcett

Aqui nos EUA não se fala em outra coisa que não seja a doença de Farrah Fawcett. A NBC vai exibir nesta sexta à noite um documentário feito por ela. paraquem não está acompanhando a história, um breve resumo: Em 2006, a atriz descobriu um câncer no ânus. Depois do tratamento, parecia que a doença havia sido erradicada, mas no ano seguinte, ela teve uma recaída e desde então luta contra o câncer. Depois de se subter aos tratamentos covnencionais, Farrah decidiu tentar tratamentos alternativos na Alemanha. Por um tempo, ao que parece os tratamentos funcionaram, mas de acordo com Ryan O'Neal, marido da atriz, ultimamente a doença tem progredido muito rápido.

A idéia do documentário surgiu quando Farrah decidiu gravar uma consulta em vídeo para ter certeza de que guardaria todas as informações ditas pelo médico. Hoje, num programa de TV, a repórter questionava como alguém poderia achar que esqueceria uma notícia tão traumática. Obviamente esta repórter nunca esteve doente. Não que o paciente vá esquecer as palavras do médico que lhe deu a notícia bombástica, mas há tantos detalhes... Qual o estágio da doença? Quais são minhas opções? Riscos? Chances a curto prazo? Longo prazo? Prognóstico? Qual é o próximo passo? Onde está a doença? Quanto do meu corpo está tomado por ela? Enfim, são tantas perguntas que fica impossível tentar guardar todas as respostas. Sem dizer que quando se recebe uma notícia destas, a gente fica fora do ar. É um golpe enorme, um completo nocaute, então imagina se algiém vai lembrar de tantos detalhes. Até hoje, a maioria das minhas consultas médicas fica meio perdida na minha memória, minhas lembranças completamente embaçadas pelo medo e pela angústia.

Hoje vi uma prévia do programa no Today Show. Ainda não decidi se vou ver o documentário, pois além de muito triste, acaba sendo muito pessoal para mim, já que tive experiência parecidas. Não no diagnóstico, graças a Deus, continuo saudável e feliz, mas nos momentos de angústia. Nas cenas de hoje, vi Farrah agarrada ao seu terço, rezando, exatamente como faço nos momentos de angústia. Vi também que ela faz o sinal da cruz antes de entrar na máquina de ressonância, assim como faço toda vez que me encontro em situação desagradável.

Dizem que apesar dos pesares, Farrah se mantém firme e acredita em milagres. Também acredito neles. Sei que os cínicos e céticos me criticam por isto. Outro dia tive uma conversa com uma amiga sobre a posição delicada de lidar com um paciente/amigo cujas chances de sobrevivência são pequenas. Ela dizia que não se sentia confortável ao mentir para o paciente, ao dar-lhe falsas esperanças. Eu, por outro lado, procuro ser otimista, pois acredito em milagres. Penso que se não puder dar esperança a alguém que luta desesperadamente pela vida, qual seria meu papel? Não sou Deus, não sei quem vai morrer quando, nem quero saber. Prefiro acreditar até o final que milagres acontecem, eu já vi vários, mas entendo que nestas horas a vontade de Deus é soberana.

Tenho amigos, que nos piores momentos, me disseram que entregaram suas vidas nas mãos de Deus e pediram para que Ele fizesse o que fosse melhor. Nestas horas vejo que sou fraca, pouco evoluída, pois nunca cheguei a este ponto. Entendo e aceito que a vontade de Deus é sempre maior, mas confesso que já cherei muito e implorei e supliquei demais para que Ele ouvisse a minha vontade, para que Ele se compadecesse de mim. Quem sabe um dia minha fé vai ser maior e vou entender melhor os desígnios de Deus. Só posso dizer que por enquanto ainda tenho um longo caminho a percorrer.

2 comments:

paula said...

Dani,

Se pararmos para tentar entender, acho que enlouquecemos, eu sabia da Farah Fawcet, já havia lido, realmente é muito triste, uma mulher tão linda...Mas os milagres podem ocorrer sim, sem dúvida nenhuma. Eu também saia transtornada das consultas, e vc acredita que me dava um "branco" ?
Eu queria lembrar depois de detalhes importantes e nada!! simplemente nessa hora, minha memória que é boa, falhava, nunca pensei em gravar.
Mas, vamos torcer por ela!!

Bjs
Paula

Isabella said...

Oi Dani, tenho visto várias chamadas para o documentário e, se tiver chance, vou ver.

Trabalhei com uma menina que teve o cancer da Farrah Fawcet e ficou boa. E tb repensou muito bem como levaria a vida daí pra frente.

Eu admiro muito sua energia! Embora eu não seja religiosa, acrdito muito em energia positiva!

bjs