Tenho escrito tanto que me sobra pouco tempo para escrever aqui no blog. A escrita deveria ser um processo criativo, mas nem sempre é. Aliás, para a grande maioria dos jornalistas, isto pouco acontece. Para os jornalistas financeiros usar a criatividade é raridade, a não ser quando repórteres inventam histórias, mas aí já vira ficção, não jornalismo, mas vai explicar isso para eles!
Meu novo trabalho vai bem, obrigada, mas vez ou outra entro em uns conflitos éticos e desanimo um pouco. Sempre achei que o dever do jornalista era sair em busca da história e não manipular fatos para transformá-los em notícia, mas o que é cristalino para mim não parece ser tão importante para outros. Mas c'ést la vie...
Ando também muito preocupada. Minha vizinha e amiga Tracey está no hospital faz uma semana. Não se sabe o que ela tem. Esta falta de diagnóstico é das coisas mais assustadoras que podem exisitir. A gente sabe que existe algo de muito errado mas os médicos não fazem a menor idéia do que seja. Exames invasivos, imagens, consultas, mas nenhuma pista concreta.
Isto tudo me assusta. Assusta principalmente por se tratar de uma enfermeira que trabalha em um dos maiores hospitais de Maryland. Assusta por se tratar da mãe jovem de duas crianças lindas. Assusta por saber que doze horas antes da crise ela estava conversando comigo no portão. Assusta porque ninguém sabe quando ela volta para casa.
Nestas horas a gente leva aquela sacudida que deixa a gente tonta. Tudo nesta vida é tão efêmero, às vezes parece que tudo não passa de ilusão, parece um filme estranho. Achamos que somos saudáveis até que deixamos de ser. Mas no meio de tanta incerteza, fica a certeza que o hoje é o que importa -- nossa saúde, nossa família, nossos amigos que mesmo longe estão sempre conosco.
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