November 4, 2010

Banco de Cordões Umbilicais

Em mais uma das decisões que temos que tomar antes do nascimento do Joaquim está a preservação do cordão umbilical. Ao contrário da tendência no Brasil, onde quase todos os meus amigos armazenaram o sangue do cordão cumbilical dos filhos, aqui nos States ninguém que eu conheço teve a mesma atitude e até mesmo os médicos se mostram reticentes quanto ao assunto. “É uma como uma apólice de seguro, uma aposta. Até agora não há nada provado,” sempre me dizem quando pergunto.

Numa das discussões sobre o assunto no curso de gestantes, alguém sugeriu uma outra alternativa: doar para um banco público de cordões umbilicais. Achei a ideia legal, pois além de contribuir para um bem maior, supostamente eles poderiam localizar o seu material específico em caso de necessidade.

O Blake começou as pesquisas e tivemos duas surpresas: não há nenhum hospital cadastrado para fazer este tipo de procedimento em Maryland e eu, por razões de saúde, não posso ser doadora! Tendo em vista o novo cenário, me pus a pensar...se meu material não é bom para os outros, também não deve ser bom para o meu filho...
Ainda preciso conversar melhor com os médicos e bancos, mas se isto for mesmo verdade, vou ficar até mais tranquila com a decisão de não armazenar...

Mudando um pouco de assunto, mas ainda no tema de transplante, soube anteontem que a minha amiga Dawn faleceu. O mais inacreditável e que na quinta-feira passada, quando soube que ela tinha voltado para o hospital, decidi passar lá para vê-la e ela estava ótima! Muito bem disposta, falante, se levantando e andando sozinha, cheia de energia.

A Dawn tinha feito três transplantes mas a leucemia jamais tinha dado trégua. Apesar disto, ela nunca perdeu o senso de humor e a fé. Ela morreu rezando o terço depois de se sentir mal, já em casa. A família diz que apesar de surpresa com a morte repentina – todos sabiam da gravidade do caso, mas ultimamente ela tinha tido uma boa melhora – se sentem aliviados por saber que ela não sofreu. Foi uma luta árdua que durou 14 meses e por incrível que pareça nem uma vez ouvi Dawn ou alguém da família reclamar de coisa alguma... Toda vez que os vi, estavam otimistas e felizes em me ver.

A Dawn foi a primeira pessoa a ver as imagens da última ultra do Joaquim e ficou superfeliz por mim... Me confessou também que sua irmã tinha acabado de saber que estava grávida e que o bebê ia nascer pertinho do aniversário dela... Nestas horas acho que nada acontece por acaso.

Foi bom tê-la visto em um dia tão bom e especial, pois é esta a imagem que vou guardar dela... Mais um anjo no céu.

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