April 29, 2008

Fé e força

Hoje levei um susto logo de manhã. O Blake me ligou pra dizer que o pai dele tinha passado mal no metrô e depois quase desmaiado em casa. Tinha sido levado para o hospital de ambulância. Conhecendo o pai dele, vi que o negócio não era brincadeira, pois o Greg jamais falta ao trabalho por pior que esteja se sentindo.

Corremos para o hospital mas felizmente ele estava descansando e passando bem quando chegamos lá. Que alívio. Pode ser egoísmo meu, mas a nossa cota de hospital já foi batida há muito tempo este ano. Só espero que o susto faça o meu sogro diminuir o ritmo, pois trabalhar doze horas por dia e levar mais de duras horas para chegar ao trabalho é demais para qualquer garotão, que dirá para um senhor de 71 anos!

Aos poucos tento voltar à rotina, mas confesso que tem sido mais difícil do que imaginava. Além disso trabalhar de casa requer uma disciplina ferrenha, que eu ainda estou tentando encontrar. Meus horários estão bagunçados, minha agenfa idem, mas até o fim da semana coloco tudo em ordem.

Dei uma passada no blog do Felippe, um jovem de vinte e poucos anos que descobriu ser portador de linfoma no final do ano passado. Na verdade a suspeita inicial era leucemia e os médicos levaram três meses para fechar o diagnóstico final.

Gosto dos posts dele, cheios de humor e de garra, mas o de hoje me deu um aperto no coração. Dizia assim:

28 April, 2008 – 9:51 pm

Após quatro dias, hoje tive alta da Clínica São Vicente. Mas pelo andar da carruagem talvez não demore a voltar.

Saco…

Fiquei triste só de imaginar o que está passando pela cabeça dele... Aliás não preciso imaginar muito, consigo me lembrar muito bem das tais fases ruins que já vivi. É difícil não me revoltar quando penso que este menino está no meio da faculdade e ao invés de se preocupar com a prova final, tem que pensar em quimioterapia, tratamentos alternativos, medicamentos importados, efeitos colaterais.

Nestas horas acho que as pessoas que tem muita fé e muita religião levam grande vantagem sobre o resto de nós mortais. Tenho fé sim e sei que há um Deus maior que tudo e que tudo vê, mas ainda sou muito covarde e reluto em me desapegar desta vida aqui. Tenho medo e por isso sofro. Sofro por não entender. Sofro por não aceitar.

Hoje quero pedir para vocês colocarem o nome do Felippe nas orações de vocês, no mesmo lugar onde colocaram meu nome. Rezem para que Deus dê força, coragem e saúde a este jovem guerreiro.

3 comments:

Andréa said...

Seu pedido é uma ordem!

Isabel said...

Oi Danielle,
Que boa coisa esse novo trabalho estar te proporcionando umas idas a NY. Assim vc. estará permanentemente recarregando tuas baterias e serás mais tolerante com tua " suburbia" Maryland...
Amanhã , justamente em NY, meu sobrinho, Ricardo, será operado. Faz 5 anos foi diagnosticado com um sarcoma mto. agressivo, Desmoplastic Small Round Cell Tumours (DSRCT). Nessse periodo de tempo já foi submetido a pelo menos umas 4 cirurgias, varias rodadas de quimioterapia e outubro do ano passado chegou a fazer um transplante de celulas tronco do seu proprio sangue. Infelizmnte no seu ultimo Pet Scan aparecerem tumores primarios na região pelvica e no figado. Amanhã estrá retirando esses tumores.
Felizmente é uma pessoa otimista e guerreira. Seu amor à vida é enorme e vive cada dia intensamente.
Te pediria, se posível, inclui-lo no teu circulo ou corrente de orações.
Acredito que quando um grande número de pessoas, independente da crença de cada um, canaliza suas energias, preces , vibrações para algo, ele acontece com muito mais força e do quanto isso pode fazer a diferença!
Beijos e Boa Semana,
Isabel

Anonymous said...

Oi, Dani,
Trabalho em casa desde setembro e confesso que ainda não consegui me disciplinar. O bom é que, de um jeito ou de outro, o trabalho sai. Meus amigos ficam encarnando em mim, dizendo que sou uma executiva de pijama. Trabalhar em casa tem muitas vantagens: come-se melhor, a casa está sempre arrumada, não há estresse com o trânsito, posso dormir até mais tarde e, se tivesse filhos, poderia dedicar bastante tempo para eles.
Beijos,
Jackie