Agora que estamos entrando na reta final, os detalhes passam a ser mais importantes. A primeira pergunta que o pessoal começa fazer é: “E o parto? Vai ser normal?” A resposta, para espanto da maioria, é “Até que se prove o contrário, vai ser normal sim.” Eu, que achava que teria uma gravidez de alto risco e indicação para cesariana, aparentemente sou uma paciente absolutamente normal. Mas claro que isto pode mudar até o dia do parto. Aqui, eles normalmente indicam cesariana para bebês muito grandes ou fora da posição desejada, então muita água pode rolar. E eu pretendo manter a cabeça aberta.
Semana passada, comecei as minhas aulas de yoga prenatal, então a professora pediu para todo mundo se apresentar, dizer a data provável do parto, hospital onde terá o filho, etc. Eu sou a mais avançada – 29 semanas hoje! A maioria das futuras mamães vai ter o filho em hospital – aqui nos EUA o povo escolhe se quer ter bebê em hospital, birthing centers (onde os partos são normalmente feitos por obstetrizes/parteiras e sem nenhuma intervenção cirúrgica) ou em casa mesmo, também com parteiras/obstetrizes ou com as chamadas doulas, que são coaches de nascimento e não necessariamente profissionais de saúde.
As mulheres da minha aula de yoga, apesar de terem optado por ter o bebê em hospital, são contrárias a qualquer intervenção durante o parto, ou seja, vão ter os bebês de parto normal e sem anestesia! Vão levar suas doulas para o hospital e já estão fazendo um plano de parto, que estipula tudo que deve ou não ser feito uma vez que se dá entrada no hospital.
De tanto ouvir opiniões de tanta gente, resolvi começar a pensar no assunto e rapidinho tomei a minha decisão: vou querer a tal anestesia peridural, que aqui se chama epidural, porque já tendo passado maus pedaços nesta vida, não quero saber de dor quando ela pode ser evitada.
Conversando com a médica, cheguei à conclusão que já fiz uso da peridural e graças a ela a minha segunda operação de fígado foi uma maravilha, já que passei 72 horas, que da primeira vez tinham sido de inferno, sem nenhuma dor. Ninguém no mundo vai entender a diferença que atal agulhinha fez na minha vida. Depois da primeira cirurgia, passei três dias urrando de dor, sem poder me virar, ou sequer respirar direito. Nenhum remédio fazia efeito. Então para mim, não tem nem o que pensar. O mais importante é um bebê sadio e, ao contrário de muita gente, não acho que uma dor absurda de parto seja pré-requisito para a maternidade. Os puristas que me desculpem, mas parto natural é para quem pode, não para quem quer.
Aceito de braços abertos os avanços da tecnologia e da medicina e acho difícil imaginar que se a minha bisavó tivesse tido as mesmas escolhas, ela pudesse discordar de mim. Então apesar dos olhares de desaprovação de muita gente por aqui, se tudo correr como esperado, vou fazer uso da tal anestesia sim. E de tudo que estiver ao meu alcance para tornar o parto uma experiência positiva. Já sofri muito nesta vida e acho que o Joaquim não vai ser revoltado por ter uma mais fracota. A minha mãe sofreu horrores no meu parto e no auge da minha adolescência, nos meus raros momentos de rebeldia, quando tinha que dizer horrores para ela, nunca levei em consideração tudo que ela tinha sofrido só para me colocar no mundo... fora isto, ser mãe vai muito além do parto.
Não acho que a esta altura do campeonato eu tenha alguma coisa para provar a álguem. E digo mais, se na hora, houver indicação de cesariana, obviamente vou aceitar. Como diz a minha médica no Brasil, parto quem escolhe é o bebê. No fundo, sou um monte de contradições: ao mesmo tempo que sou granola, adoro yoga e acupuntura, entro na faca sem medo se preciso for. Ao mesmo tempo que procuro me informar sobre as questões médicas, estou disposta a me manter flexível o tempo todo, pois como boa paciente profissional, já aprendi que planos são feitos para serem desfeitos.
5 comments:
Dani, se um dia eu for ter filho, eu quero todos os medicamentos e peridurais possíveis para me fazer sentir o minimo de dor possível. Sentir dor é a pior coisa desse mundo!
bjs
DANI QUERIDA
ESTOU NA POLONIA E PENSANDO EM VCS. tENHO REZADO MUITO PELO jOA, bLAKE E VC.
TUDO AQUI 'E LINDO E ESTOU MUITO BEM GRACAS A DEUS.
saudade,
MOM
Oi Dani
estou na polonia
e rezando muito por vc, Joa e Blake.
Amo vcs,
saudade,
MOM
Dani
quem decide é Joaquim. Eu não dei chance a minha mãe que tinha feito curso de parto sem dor. Tento sentido uma dor equivalente a parto normal com a crise de cervicogênico que tive há 3 anos, te digo que vc tá certa de tomar a peridural.
bjs
Dani, concordo com você!
Não gosto de posturas radicais e, sinceramente, não creio que alguém seja menos mãe por optar pela anestesia ou por fazer cesariana.
Já vi gente colocar a vida do filho em risco (sofrimento fetal) por fazer questão de ter um "parto humanizado", mas não ter dilatação suficiente. Isso para mim não tem nada de normal nem de humanizado, é puro capricho e cabeça dura.
Beijos.
Post a Comment