June 14, 2010

O Tratramento

Nao e coisa de AA nao, mas a parte mais dificil de qualquer problema e aceitar que ele existe. Quando o assunto e infertilidade, normalmente ele atinge duas pessoas que tem que estar em sintonia perfeita para tomarem uma decisao.

A verdade e que por mais duro que possa ser para a mulher, o homem normalmente reage pior ao assunto. Tenho uma amiga cujo marido se recusou a fazer exames mais invasivos e rejeitou qualquer tratamento. Hoje eles esperam a chegada de duas criancas etiopes. O Blake no inicio achou tudo muito estranho, mas, como sempre, resolveu embarcar de corpo e alma em mais uma aventura.

Ate hoje me lembro na nossoa primeira consulta com o especialista, que tratatava de forma muito objetiva questoes de cunho bastante intimo. O Blake estava quase catatonico. Mas passado o choque inicial, a maior preocupacao dele era comigo, ja que quando nao ha nanhuma causa aparente, o tratamento e quase todo da mulher.

Eu tambem tinha meus medos, pois por conta da historia do figado, achava que os medicos iam proibir o tratamento a base de hormonios. Alem disto, a hostoria de ficar me injetando todo dia me dava verdadeiro pavor. (Achava que era uma injecao por dia...mas no final eram tres!!!)

Mas eu estava determinada e os medicos, para minha surpresa, apoiaram a minha decisao. No meu caso, como sempre e tudo um pouqunho mais complexo, e depois de conversar com uma verdadeira junta medica no Brasil e nos EUA, recebi sinal verde para o tratamento.

Esta todo mundo cansado de saber que este tipo de coisa esta cada vez mais comum, nao so entre as celebridades mas entre gente como a gente. Tenho varias amigas e conhecidas que fizeram todos os tipos de tratamento, desde IVF/FIV normal, ate uso de ovulos de doadoras ou/e barrigas de aluguel. Tenho um palpite que questao da infertilidade va se tornar cada vez mais importante... Quem mandou nos mulheres querermos tudo -- carreira, educacao, e relacionamentos estaveis?! Tenho amigas na minha faixa etaria que ainda nao decidiram se querem ou nao ser maes. Acho a duvida mais do que justa, so acho injusto que o nosso periodo fertil seja tao breve... Este esquema de "agora ou nunca" e assustador demais.

Quando decidimos que iriamos em frente com o tratamento, conversei por alto com algumas amigas que ja haviam passado por isto, mas o engracado e que a resposta era mais ou menos parecida "E melhor voce nao saber muita coisa. Va em frente!" Claro que as intencoes eram boas, mas sou do tipo que gosta de saber detalhes tecnicos, entao fiquei meio apavorada. E claro que cada um tem uma experiencia diferente e traz uma bagagem individual, mas acho que me preparei para algo tao terrivel que mal podia acreditar quando completava mais uma etapa.

Obvio que ninguem vai optar por fazer tratamento, mas agora penso que quando o casal tem meios, nao ha motivo para adia-lo tanto assim. O tempo e o maior inimigo nestas horas e quanto mais cedo o tratamento comecar, mais chances de sucesso para o casal. Estes numeros da minha clinica nao me deixam mentir.

Mesmo para quem verdadeira fobia de agulhas como eu, o tratamento e bem toleravel. Talvez diga isto porque so tive que me submeter a ele uma vez, mas esta foi a minha experiencia. As agulhas sao bem fininhas e ate eu -- a maior covarde do planeta -- consegui me aplicar. Tem gente que fica inchada ou cheia de hematomas. Eu, gracas a Deus, nao tive nada.

Claro que alem do impacto fisico, ha tambem a parte psicologica, que ja vem castigada pelas tentativas sem sucesso. Li elguns manuais que aconselhavam o casal a limitar a vida social ao maximo, o contato com amigos e principalmente com criancas. Acho que se tivesse obedecido o conselho, teria entrado em depressao profunda. Como tudo na vida, o tratamento exige alguma organizacao nos horarios. As injecoes pela manha eram a parte facil: logo que acordava me espetava duas vezes. As da noite eram um pouco mais complicadas, pois tinham que acontecer entre sete e oito da noite. O que pode ser um perrengue, principalmente quando se tem um trabalho louco. Mas por algumas semanas deu para levar. Continuei jantando com amigos, ou bem cedo, la para as cinco e meia/seis horas ou mais tarde, depois das oito e meia. Alguns sabiam da situacao, outros sequer desconfiavam.

E assim foi... As terriveis manifestacoes de acne que eu esperava e dava como certas, jamais aconteceram. Nem os rompantes de mau humor, nem os ataques de choro ou de agressividade. Nada de muito anormal. A unica coisa que sentia era um calafrio la para umas oito e meia da noite, efeito colateral de um dos remedios que "induzia uma menopausa precoce". Meio estranho, mas suportavel, uma vez que me dei conta de que ja era esperado.

3 comments:

Anonymous said...

Estou adorando ler esse seu relato. Estou com 33 anos, casada há 2 anos e acho que só uma mulher da nossa faixa etária sem filhos p/ entender como é difícil se dar conta de que ter um filho é "agora ou nunca". E todas as pessoas cobram um bebê, mas se esquecem de um bilhão de coisas que tem por trás disso: trabalho, tempo de relacionamento, dinheiro, medos... e, principalmente, vontade! Quero muito ter filhos, mas se eu pudesse esperaria uns 3 anos, só que não posso me dar ao luxo de esperar tanto, afinal não sei se o processo de engravidar será rápido ou não... Então, estou pensando em começar a tentar no fim do ano. Vamos ver o que acontece!!
Parabéns pelo baby!! Vcs merecem!!

Tati

Dani said...

Tati,
Obrigada pela visita e pelo carinho. Pois e, parece coisa da minha avo, mas a verdade e que "a natureza e cruel com as mulheres". Esta historia de gravidez e sempre uma incognita. Pode acontecer do nada com uma mulher de 40 anos, ou demorar horrores para uma mulher de 30...vai saber. Mas que as estatisticas existem, elas existem...
Bjs

Fernanda França said...

Querida, só agora eu vi seu post!!!! PARABÉNSSSSSSS!!!! Estou muito feliz por vc estar grávida, que lindo!!! E estou adorando o relato sincero. Um grande beijo e felicidade sempre. Fê.