April 22, 2009

Família

Quando compramos nossa casa, tínhamos algumas coisas em mente: eu queria um condomínio com piscina e perto de Washington e Baltimore, o Blake queria uma "single family home", o que quer dizer uma casa que não fosse geminada, que não dividisse parede com nenhum vizinho. Coisa de americano, eu sei! Queríamos também uma casa onde pudéssemos receber nossos amigos e familiares, obviamente mais meus do que dele.

E desde que nos mudamos temos usufruído bastante da casa. A Geovana chegou junto com as caixas da mudança, no fim de semana que entramos na casa. Depois disso, mês passado, foi a vez dos Linhares, a família do meu cunhado. E por último, finalmente, meus pais, minha irmã e meu cunhado. Também recebemos bastante gente na casa antiga, meu irmão e várias amigas. Meu negócio é gente e sempre fui assim. No meu caso, "mi casa és su casa" mesmo.

Ao contrário de muita gente, não me importo em receber ninguém e faço questão de que quando me visitam, as pessoas se sintam em casa, o que quer dizer que mudo muito pouco os meus hábitos. Abasteço a geladeira, entrego as chaves da casa, cupons de descontos em lojas locais, mapas e sugestões de lugares e pronto. Saio pra trabalhar e vejo os hóspedes quando chego à noite. Em Nova York, além disso, o kit boas-vindas incluía o mapa do metrô, mas transporte coletivo é coisa inexistente em suburbia USA, então o único pré-requisito para me visitar aqui é ser "móvel", ou seja estar disposto a alugar um carro. Para os padrões americanos, moramos muito perto de tudo, pois em meia-hora estamos em duas cidades grandes, em dez minutos no shopping e em muitas outras atrações locais. Na casa antiga, demorávamos pelo menos 30 minutos para chegar a qualquer lugar. Um horror!

Então esta semana tem sido ótima, já que a minha irmã e meu cunhado estão superacostumados a alugar carro quando viajam e já conhecem bem as coisas por aqui: tem os shoppings, as lojas, os restaurantes e os lugares favoritos, o que torna tudo mais fácil para mim. Levam os meus pais que aos poucos vão se acostumando a dirigir por aqui...cada dia vão a um shopping diferente!

Mas o legal de quando recebemos gente em casa é que o Blake percebe que não é só a minha família que é muambeira, mas TODOS OS BRASILEIROS! Sinceramente, acho que deve estar no nosso DNA! E o pessoal não compra só para si, já traz listinha da família, dos vizinhos e do povo do trabalho. E depois que descobriram a Amazon, a coisa só ficou mais profissional! Antes mesmo da chegada deles ou de qualquer viagem nossa ao Brasil, as caixas comçam a aparecer lá em casa. Todos os dias, de todos os tamanhos, dos mais diversos lugares, com os mais diversos produtos.

Ontem aconteceu uma coisa engraçada. Chegou um pacote no meu nome de um remetente desconhecido. Como sou viciada em Law & Order e CSI e vira e mexe aparece uma carta-bomba em um episódio, já fiquei ressabiada. O nome do cara era supercomum... alguma coisa Smith. Pesei logo, isto é pseudônimo! Como a carta vinha da Georgia, imaginei que pudesse ser o meu ex maluco, mas a letra era diferente. Passei um tempão apalpando o envelope e cheguei a conclusão que deveria ser um DVD ou coisa do tipo. Resolvi abrir, ainda com medo. Era um cartucho de jogo! Dentro a nota fiscal no nome de algum brasileiro que desconheço. Tempos depois, a minha irmã me explica que era a encomenda de um colega de trabalho dela! Pois é, se cobrasse para receber encomendas na minha casa, já teria ficado milionária! Desde que nos mudamos, há seis meses, já devo ter recebido umas 60 caixas!

6 comments:

paula said...

Oi Dani,

Nossa, acho que se eu morasse aí, estaria falida há muito tempo. Acho até que preciso de tratamento rsrs!! Compro demais, até uma vez, comprei uma calça da seven pélo amazon e acredita que foi parar no Chile? Alguma besteira eu fiz e foi para endereço errado, só sei que o cara foi super, mega honesto, entrou em contato comigo por e-mail, o cunhado vinha para o Brasil e chegando aqui, enviou a calça por sedex. acredita? Quando conto isso, ninguém acredita, aí tem sephora? Nossa, a próxima vez que eu me ver dentro desta loja, acho que morro, toda vez que vou é com algum mala do lado e não consigo comprar direito, o Neto então, é mais do que eu, ele sim, se morasse aí se mataria só de comprar eletronicos, incrível!!

Bjs,
Paula

Dani said...

Paula,
Como diz o ditado, "Deus não dá asa a cobra!" Eu, pelo contrário, não sou muito consumista e depois que casei fiquei supereconômica! De vez em quando, enfio o pé na jaca...mas é bem raro!
Bjs

camila said...

hahahahaha!! Brasileiro e tudo igual ne? Meus pais estao vindo mes que vem e ja estao comprando coisas... Inacreditavel! Ainda bem que da pra eles se virarem sozinhos, ja pensou se voce ainda tivesse que fazer compras pros outros?
Eu tambem amo receber visitas, mas ninguem vem a Los Angeles. As pessoas preferem NY ne...
Beijinhos e aproveite a familia!

Ana Claudia Lintner said...

Somos duas, Dani. Tanto no fato de receber as caixas, listinhas, etc quanto ao achar graca e me sentir feliz em poder proporcionar isto aos meus (extensivo a vizinhos, amigos e colegas de trabalho dos mesmos) - kkkkkk
Jon ainda nao "entendeu" bem isto, mas e questao de tempo :P
Beijos

Isabella said...

Eu sei bem como é isso, Dani! Fui pro Brasil com 5 malas por causa da quantidade de encomendas via Amazon (e presentes de Natal tb).

Mas não é exclusividade dos brasileiros não! Eu não sei como é aí perto de vc mas aqui tem tantos estrangeiros e todos tem compras e encomendas, é engraçado.

Eu confesso que gosto de uma comprinha mas ando maneirando... Ou tentando, anyway...

bjs e aproveite bem sua família!

PS: MUITO obrigada pelo convite pra piscina. Eu respondi direto pelo TQG e expliquei que não tenho carro... Quando vc estiver por Tysons, me avise!

Cristina said...

Gente, e só para adicionar, ela é assim mesmo como ela descreve...a gente se sente em casa. Anfitriões de mão-cheia. Eu odeio dar trabalho qdo viajo e me senti muito bem recebida aí ano passado. Amei saber que aí é mais central para a próxima viagem para dar menos trabalho ainda ;-)