November 27, 2009

Thanksgiving, Black Friday, etc...


Como quase todo mundo sabe, por aqui estamos todos curtindo o feriado prolongado de Thanksgiving, ou Dia de Ação de Graças, o que muitos consideram o feriado americano mais importante, pois independe de religião, de raça e une todos os americanos como "nação".

Além da importância de celebrar a primeira vez que os pelegrinos sentaram com os índios para comemorar uma colheita abundante, para os americanos mais contemporâneos é a data perfeita para celebrar algo também tipicamente americano: o consumismo sem medida, já que hoje, Black Friday [Sexta-feira Negra] costuma ser o melhor dia de vendas no varejo. A histeria é tão grande que ano passado um funcionário morreu pisoteado no Wal-Mart, quando a loja abriu as portas de madrugada.

Muita gente passa o ano todo esperando pela data, mas eu, sempre na contramão da história não gosto nem de sair de casa: shopping lotado, impossível de achar vaga, filas intermináveis, gente mal-educada, empurra-empurra...um horror! Devagarzinho faço minhas comprinhas online ou em dias de menor movimento. Detesto fast-shopping da mesma forma que odeio fast-food. Para mim, tanto comer quanto comprar são atividades sociais, não maratonas malucas de quem pode mais.

Por incrível que pareça, quanto mais tempo passo nos EUA, menos consumista fico. Encho a boca para dizer que mesmo tendo morado em Nova York, meca do consumo, durante cinco anos, e ganhando um salário ridículo, nunca entrei no vermelho. Claro que morando no West Village, não me sobrava nada no final do mês, mas nunca deixei de pagar meu cartão de crédito em dia. Apesar dos apelos consumistas, ds mensagens subliminares, de tantas influências, meu crédito permaneceu intacto. Um feito e tanto, principalmente quando se tem vinte e poucos anos.

Diferente do que acontece no Brasil, aqui seu nome não fica sujo e vai para o SPC por causa de cheque sem fundo, afinal ninguém usa cheque, muito mesmo pré-datado. Mas qualquer atraso no pagamento de qualquer coisa, qualquer deslise seu, fica registrado na sua "credit history" ou histórico de crédito, que é como se fosse um nada-consta financeiro. Se seu histórico não for bom, você não consegue cartão de crédito, leasing de carro, instalação de TV a cabo...às vezes nem emprego! Então a coisa é muito séria e persegue o cidadão por um bom tempo.

Graças a Deus eu e o Blake lemos da mesma cartilha, o que facilita muito a nossa vida. Quando conseguimos financiamento para esta casa, nosso cuidado com o crédito veio a calhar, já que o nosso histórico era excelente (é como se fosse nota no boletim, com direito a número e tudo!). Apesar de estar aqui há pouco tempo depois de casada, os oito anos que eu já tinha passado no país contaram a meu favor... Nunca imaginei uma coisa destas.

É claro que como brasileira, também gosto de umas comprinhas...mas quase nunca perco a cabeça e de tempos para cá é muito raro comprar uma coisa da qual me arrependa depois. Aprendi a ficar mais cautelosa. E detesto, odeio, não suporto cacarecos!!!!

Morar aqui nos EUA me fez mais seletiva, acho. De tanto ser bombardeada por comerciais e apelos consumistas, acabei enjoando um pouco [ou muito]. É mais ou menos a mesma sensação que tenho quando vou a uma churrascaria: só de ver tanta carne fico enjoada. Tão enjoada que saio correndo para o buffet de saladas e me entupo de pão de queijo...

Vou aproveitar o feriado de hoje para colocar umas coisas em dia e descansar, pois esta commute pro trabalho está me matando...fora que o blog tem ficado abandonado, pois do novo trabalho nem checar email pessoal a gente pode! Well, c'ést la vie...e boa sexta -- negra ou não -- pra todo mundo!

1 comment:

Fernanda Floret said...

Interessante seu texto! Meu marido comprou muitos Blu-rays ontem, na black friday, pela Amazon! Acho que ele nem conseguia trabalhar, ficava de oho nas ofertas, rs! Beijos!