October 7, 2009
Normal
Aproveitando que outubro é o Mês da Conscientização sobre o Câncer de Mama, ano passado resolvi fazer a minha primeira mamografia. Quem acompanha o blog vai lembrar o perrengue que foi. Obviamente me ligaram do hospital e tive que voltar para fazer mais imagens e novos exames. Nada demais para um ser humano qualquer, mas um susto e tanto para quem tinha tirado um tumor do fígado meses antes. Fora isto, tive outros sustinhos relativos a minha saúde que só aumentaram a minha agonia e o meu pavor de estar doente de novo.
Claro que desde que recebi a tal notícia de que “seriam necessárias mais imagens” até o dia que as tais imagens foram feitas e tive enfim o diagnóstico quase não dormi. Memos depois do diagnóstico fiquei ccom a pulga atrás da orelha até visitar o mastologista da minha mãe no Brasil e finalmente receber uma notícia tranquilizadora: dois microcistos eram vistos nos meus exames, mas tudo indicava que além de muito pequenos eram benignos.
Fiz outra mamografia em maio e a médica pediu outra para seis meses depois. Em pensar que quando fiz a primeira ano passado teoricamente não teria que fazer outra até meus 40 anos!!!! Mas como nada comigo é tão simples como parece, a história foi outra.
Um ano depois do susto, voltei a mesma clínica e a médica disse que está quase certa de que os cistos são somente cistos, então recomendou que voltasse lá não em seis meses, mas em um ano! E se nada mudar, aí sim, minha próxima visita só vai acontecer quando eu fizer 40 anos! Ufa! Agora é rezar para ficar tudo como estar e eu não precisar ficar fazendo mamografia antes do tempo.
Quando o assunto é saúde eu me sinto como se fosse um milionário que perdeu toda a fortuna de um dia para o outro e agora tem que começar do zero, então cada degrauzinho na escada da vida tem um sabor especial. Nasci saudável, nunca tive nenhuma doença grave e até as famosas doenças infantis que tive foram sempre muito brandas. Até que aos 28 anos descubro um megatumor no fígado e o resto vocês já sabem!
Uma vez ouvi dizer que o câncer é como se fosse uma nota “C” num boletim. Não importa o que existia antes ou que vier depois, aquela nota baixa vai estar sempre lá estragando seu histórico médico ou escolar. É mais ou menos assim, sempre fica aquele medo, sempre fica a desconfiança por parte dos médicos, que ao menor sinal de problema, já entram em estado de alerta. Então não é a toa que quando os médicos decidem espaçar um pouco mais as minhas consultas, sinto uma alegria enorme, pois me sinto um pouquinho mais perto da condição de “paciente normal”. Eu sei, me contento com pouco. Mas o pouco de uns é uma imensidão para outros...
E rumo à Espanha para celebrar a alegria da normalidade! Aliás, dicas de Barcelona, Sevilha, Valencia, etc... são muito bem-vindas!
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