Tem coisa que nasce com a gente ou não. Não dá para aprender na escola, não há cursos online ou seminários de auto-ajuda. O sujeito nasce com ou sem carisma. Simples assim.
Sempre digo para a Elizabeth que no mundinho do câncer, como a galera aqui insiste em chamar nosso grupinho, a maioria dos homens é sem graça, sem graça, bem estilo "picolé de chuchu," como os jornalistas paulistas gostam de chamar o Alckmin. Competente, comprometido, até gente boa, mas sem graça toda vida. Não que quem não tem carisma não tenha outras qualidades, mas quando se está lidando com pessoas física e psicologicamente frágeis, carisma pode fazer muita falta. Não só as palavras usadas, mas a forma que a mensagem é transmitida, tudo conta muito.
Então é por isto que quando o Jonny Immerman vem a Maryland parece que o mundo para. O cara de um carisma absurdo! Depois de uma coversa com ele, você sai contaminado por tanto otimismo e vontade de lutar. Não se trata de um carisma afetado, de gente que se acha o máximo e que soa ao mesmo tempo pedante e exagerada, mas um magnetismo e uma capacidade enorme de se colocar no lugar do outro, de imaginar como ele se sente e de aconselhar sem ser condescendente.
Além do meu trabalho com o Ulman Cancer Fund, também sou voluntária da Immerman Angels, organização fundada pelo Jonny que conecta pessoas que estão em tratamento com pessoas que tiveram o mesmo tipo de câncer e hoje estão vivas e saudáveis. Jonny tem voluntários nos EUA e em outros países. Apesar de inglês ser a língua principal, ele me disse que tem pelo menos 10 voluntários que falam português! (Devem ser nove, além de mim!)
Muitas vezes me pergunto se algumas pessoas tem a paixão e o comprometimento necessários. Às vezes me pergunto se a missão de ajudar pacientes de câncer não fica muito diluída entre eventos esportivos, shows de rock, cocktails e pulserinhas amarelas que muita gente usa sem sequer saber o que significam. Acho tudo válido desde que se tenha em mente o real objetivo que é ajudar aqueles que lutam arduamente para vencer a doença e ter uma vida normal.
É por isto que para mim, a organização do Jonny é tão especial, pois nada pode substituir este contato individualizado. Nestas horas de tanta dor e incerteza, conhencer, ver e falar com alguém que passou por situação semelhante e hoje vive uma vida normal é uma verdadeira dádiva, já que esperança não tem preço.
6 comments:
i Dani!!
Nossa, esse cara deve ser simplemsnte incrível!! Gostaria de ser voluntária também, apesar que meu inglês é meio capenga, preciso mudar isso urgente em minha vida!!
Voltando ao assunto, aqui no Brasil não existe uma rede de relacionamento entre pacientes e pessoas que tiveram cancer, não que eu conheça, existe a Abrale, aonde os pacientes se conhecem, mas de resto não conheço nada.
Sinto que preciso realmente fazer alguma coisa neste sentido, acho que eu iria ajudar muita gente, pois concordo totalmente com seu comentário em post anterior, o desafio é não nos tornarmos pessoas amargas, muito pelo contrário!! Aliás, conheço algumas pessoas, várias que são bem amargas, pessimistas e nunca sonharam com o que´é ter cancer, me dá uma preguiça dessas pessoas....você nem faz idía!!
E as bolhas melhoraram?
Beijosss
Oi Paula,
Pois meu sonho é justamente fazer algo parecido no Brasil, quebrar o estigma em torno da doença, fazer com que as pessoas se abram e troquem experiências para que elas entendam que vencer é possível. Ontem mesmo falei de você para a Dawn, que está internada aqui no hospital com AML fazendo químio e aguardando o transplante. Ela parece ótima. Toda vez que conto seu caso aqui, o pessoal adora. Esperança é tudo, né?
Beijos e obrigada por dividir sua história comigo!
As bolhas já estão bem melhores, obrigada!
Dani
Quando comecei a pesquisar sobre câncer era exatamente isso que eu buscava: relatos de pessoas que tem/tiveram a doença e dividem suas histórias! Isso é ótimo, pois a gente tem muito mais força e otimismo prá continuar nessa luta!
Na minha família quem tah doente é meu pai, com câncer de pulmão, mas tudo sob controle. Já fez a cirurgia, e agora tah fazendo as quimios. Tô pensando em relatar no meu blog como tudo começou e como estão indo as coisas, o q vc acha?
Bj
Sheila
Sheila,
Acho que você deve contar a história de vocês sim, da batalha do seu pai e da luta de vocês ao lado dele, pois quando alguém tem câncer a família inteira adoece também.
Fico feliz em saber que ele está se tratando e se Deus quiser, em breve fica livre disto tudo.
Bjs
Dani,
adorei! te admiro muito, ser voluntária de causas tão especiais.
Queria dividir com vc uma alegria - o nevo no meu pé, aquele sinalzinho - era benigno. Tô com 3 pontos por 15 dias, nao consigo por o pe no chao, mas saber que era benigno só me deixa mais conformada de ter que ficar em casa de molho...
Cris,
Que bom que era benigno. Normalmente os médicos não gostam de pintas no pé, por isto removem logo.
Também tirei dois sinais das costas em julho, ambos benignos. Os pontinhos às vezes ficam um pouco doloridos, ainda mais no pé, mas só de saber que não era nada, compensa!
Bjs
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