August 25, 2011

Terremotos, furacões...nada se compara a um dia passado em Hopkins

Esta semana foi punk. Se disser que o terremoto que me fez achar que estava a bordo de um navio de cruzeiro em pleno oitavo andar de um prédio comercial em Silver Spring, MD, foi a coisa que menos me abalou, não estarei mentindo.

Segunda-feira foi dia de Hopkins, o que quer dizer que não dormi no domingo, como de praxe. A rotina a gente já tem de cor: sair de casa com bastante tempo, tentar fazer o exame de sangue, subir para fazer a ressonância e aguardar a consulta médica no fim do dia. Só que é claro que nada sai do jeito que a gente planeja.

Não importa o quão cedo sairmos de casa, a demora para a coleta de sangue é sempre tão absurda que temos que ir correndo para a sala de ressonância e voltar para o sangue depois. Normalmente, não me importa muito porque o médico dá muito mais importância às imagens. Então pensei que este troca-troca seria inofensivo. Só que desta vez estava enganada.

Como a espera em Hopkins é quase sempre absurda, meu médico -- depois de ouvir minha súplicas -- agora sempre manda um residente/enfermeira para me dar os resultados preliminares.

Digo para o Blake que o meu dia em Hopkins é uma pequena prévia do juízo final. Sento lá e fico aguardando a minha sentença quando Deus chegar. Só que ao contrário do juízo final, não tenho contas a prestar e meu destido está completamente fora do meu controle. Então só me resta esperar e rezar...e muito! E tuitar também, é claro! Pois nestas horas de solidão extrema é bom saber que tem gente por todo lado torcendo por nós.

Só que ao contrário do que acontece normalmente, quando a tortura acaba quando o médico entra na sala e mé dá os bons resultados, na segunda foi diferente. Quando já estávamos prontos para celebrar as boas imagens que acusavam "ausência de malignidade", o médico avisou num tom um tanto quanto sóbrio. "Agora vamos aguardar o resultado do exame de sangue." Hum? Como assim cara-pálida? As imagens estão ótimas! "Como você deve lembrar da última vez seus marcadores tumorais estavam elevados. Não deve ser nada. Esta flutação muitas vezes é normal, mas se este nível não cair, vamos ter que fazer mais exames, uma ressonância de torax," ele sentenciou.

Meu mundo, ou melhor, o nosso mundo, pois o coitado do Blake sempre está ao meu lado, caiu. E num segundo fomos da euforia absurda ao quase-desespero total. Um buraco se abriu no meu peito, ainda que momentaneamente. E tantas dúvidas voltaram a me assombrar.

O médico percebeu na hora nosso mudança de atitude. "Acho que vai ficar tudo bem," tentou nos animar, "mas a gente tem que ficar de olho," disse com um sorriso sem graça. "A gente te liga amanhã de manhã."

E aí? Quem vai dormir com um barulho destes? Outra noite em claro, e muitas, muitas orações. Ligo para os meus pais e eles também se preocupam, apesar de tentar esconder para me poupar. Mas claro que meu pai liga para o Dr. Joaquim que diz que a tal alteração deve ter relação com a gravidez/aleitamento. Ficamos mais tranquilos. Aliás, o bom médico é aquele que tem o dom de ser cuidadoso mas “cautiously optimistic” como dizem aqui. E o Dr. Joaquim sempre foi assim, muito franco, mas cautelosamente otimista. Ficamos mais tranquilos, mas acho que até o Dr. Joaquim deve ter ficado um pouquinho tenso com a situação.

No dia seguinte, nada da resultado, nada de ligação! Liguei ansiosa, mas nada da enfermeira. Só eu sei como fiquei trancada numa sala em reunião. Assim que meu telefone tocou, saí desesperada e sem fôlego, quando a enfermeira disse: “Seus resutlados estão perfeitos. O nível caiu para 3 – normal é entre 1 e 10. Isto é excelente!” Engasguei e mal consegui conter o choro ao telefone. Ela percebeu e disse, “Uma ótima semana para você. Fique bem! Que bom que pude te dar esta notícia!”

Liguei para minha mãe, que já tinha me ligado antes para dar a notícia. Ela fica feliz mas me diz que recebeu uma ligação do médico pedindo que ela comparecesse ao consultório com urgência: um exame de sangue acusave um número baixíssimo de plaquetas: suspeita de dengue hemorrágica. Do consultório, ela foi direto par aa emergência fazer mais uma bateria de exames. Mais stress....

Então o terremoto acontece, justo na hora que eu estva voltando da rua com meu almoço e senti tudo tremer, assim que entrei no escritório! Vi na hora que era terremoto. Acreditem, terremoto é como contração/trabalho de parto. Você pode nunca pode ter passado pela experiência mas sabe o que é na hora!

Mas entre tantos perrengues, o dia acabou bem – todo mundo a salvo e casa, graças a Deus. Agora é esperar pela Irene e rezar para ela mudar de ideia e enfraquecer quando chegar por aqui... De qualquer maneira já quero comprar umas barrinhas de cereal, água e frutas. Só para garantir... Ah, e logo mais tenho mais novidades para contar! Ufa!

Esta semana, com certeza, estou me sentindo no meio de um filme de ação...

6 comments:

Anonymous said...

Querida Dani e Família, é claro!
DEUS está com vocês SEMPRE!!
Um Abraço bem apertado e carinhoso!
Mari

Amanda said...

Ai Dani, também fico assim, de seis em seis meses. Fico feliz de estar tudo bem. Bjos

Dani said...

Amanda,
A gente fica com o coração na boca, né? Obrigada pela torcida! Beijos!

Dani said...

Obrigada pelo carinho, Mari. Amém! Beijos!

Debora Rocha Muscutt. said...

Dani, ao longo da leitura deste post fui sentindo tudo quanto é tipo de emoção que, finalmente culminou com muita alegria e alívio. Deus é maravilhoso! Beijos

Dani said...

Obrigada, Debora! Você tem razão...Deus é maravilhoso!
Bjs