Olhando para tras, como todo mundo faz no fim de ano, nao ha como deixar de lembrar daqueles que nos deixaram prematuramente ha pouco tempo. E claro que guardo um pouquinho de cada um dos meus amigos – reais e virtuais – no meu coracao. Nao ha como esquecer as covnersas que tivemos por email, telefone ou pessoalmente. No fim das contas, o que fica sao as lembrancas.
E junto com as estas lembrancas ficam as pessoas queridas que perderam pessoas queridas, ficam as familias que tem que lidar com um dano irreparavel. E claro que eu tenho fe e toda vez que penso nos meus amigos que se foram, imagino um cena e tanto: uma festa muito animada la em cima, um belo dia de sol, e paz, muita paz. Imagino que de alguma forma agora eles se encotraram e tambem sao amigos entre eles. E na minha vaidade boba, acho que volta e meia falam de mim, e agora me olham la de cima.
Todo mundo sabe que comecei o blog pelo motivo mais egoista do mundo: precisava de um lugar para expurgar a minha dor, que ja nao cabia mais no peito. Precisava de um lugar onde pudesse despejar meu pensamento, numa tentativa de organizar meus medos e de encontrar meu eixo.Mas foi ai que veio a minha maior surpresa: encotnrar pessoas que de alguma forma entendiam aquilo que eu queria dizer, ou por serem sensiveis demais, ou por terem vivido situacao parecida ou por terem passado por algo tao doloroso ao lado de alguem querido.
Volta e meia conto a historia de um amigo jovem que partiu recentemente vitima desta doenca tao covarde. Volta e meia, alguem me pede mais detalhes, me pergunta de onde nos conheciamos. Em alguns casos, a resposta e direta e satisfaz: tinhamos amigos em comum, conheci atraves do meu trabalho voluntario e ponto. Outras vezes porem, ao dizer que na verdade nunca tinhamos nos visto pessoalmente, mas eramos amigos de blog de troca de emails, noto que as pessoas nao sabem bem o que pensar... Como assim, amigo que nunca viu?
Por mais popular que o mundo online tenha se tornado, muita gente ainda nao entende os lacos ciberneticos. Claro que tem muita gente que vive algo meio fora de proporcao – armar barraco em Orkut, fazer guerrinha em Facebook ou ate mesmo deixar comentarios venenosos em blogs alheios – nada disso combina comigo. Tenho horror a conflito e os evito ao maximo no mundo real, entao nao consigo conceber a ideia de me meter em imbroglios virtuais.
Em vez de criar picuinha com desconhecidos, sempre preferi fazer amigos ou reatar antigas amizades online. Fiz muitos amigos e acompanhei as historias de muitos, que apesar de tanto sofrimento nunca desistiram de lutar, nunca se tornaram amargos. E por me tornar tao proxima destas pessoas tao queridas, acabei de certa forma me tornando amiga da familia tambem. E nem a partida dos meus amigos mudou isto, sinto que sem querer me tornei parte daquela familia que ainda sofre com a ausencia de alguem tao querido e que de alguma forma ve em mim alguma ligacao com quem se foi. Por isto me emociono com a carinho de quem, apesar de tamanha perda, ainda se lembra de mim para me dizer o que gosta de mim porque seu filho, seu irmao, sua esposa sempre se alegravam quando falavam comigo ou recebiam meu email.
Escrever um blog e como lancar uma mensagem na garrafa num oceano virtual...nunca se sabe quem vai nos encontrar. Num momento de desespero, ao lancar meus pensamentos no vazio, consegui atingir tantas vidas que me tocaram para sempre. Se engana quem pensa que atraves das minhas palavras eu acabei ajudando alguem...na verdade estes ‘alguens’ , muitos dos quais ja nao estao mais aqui e que se tornaram para sempre meus anjos da guarda e exemplos de coragem cujas historias nao me canso de contar. Eles podem nao estar mais aqui, mas vivem dentro do coracao de cada um de nos que decide compartilhar suas historias.
1 comment:
Lindo Dani. Nos tempos de hoje amigos virtuais tornam-se mais reais do que os que já conhecemos. Natal é normal lembrar de quem partiu mas o que importa é que vc fez diferença na vida deles, de suas famílias, que agora torcem por vc e daqui a pouco estará com quem te ama muito! Boa viagem!
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