Pois logo quando achava que já estava completamente curada e livre parar viver minha vida sem medo, meu fígado volta a me preocupar.
Na semana passada, ao me submeter ao ultrassom de rotina e depois de já ter recebido alta definitiva, eis que a médica encontra uma massa no lobo direito do meu fígado, no mesmo lugar onde havia dois tumores há cinco anos.
Foi como se o chão se abrisse sob os meus pés. Aquela mesma sensação horrível de tonteira e desespero que senti da primeira vez. Saí da sala de exames aos prantos e corri para os braços do meu pai, que me aguardava na sala de espera. Era tudo muito inacreditável. Começamos o exame às gargalhadas e terminamos arrasados.
Foi a pior suspresa que já tive em toda a minha vida. Foi um dos maiores golpes que já sofri. Foi como voltar ao inferno. De repente todas aquelas imagens horríveis voltaram à minha mente: agulhas, veias perfuradas, pontos, muitos e muitos pontos, dor, sofrimento, medo, angústia, cirurgia, transplante, tumor...e tudo que achei que tivesse ficado no meu passado.
Escrevo estas linhas com um misto de medo e resignação. Medo de não poder terminar o que comecei, de não poder seguir meu conto de fadas, de não poder ser feliz para sempre. Só quem passou por isso entende o que estou sentindo e nestas horas, pelo menos para mim, só Deus me conforta. Só a fé imensa que tenho nele para me manter viva e me fazer seguir em frente.
Quando me desespero -- e isso tem acontecido bastante nos últimos dias -- penso que Deus tem um plano para nós e que nunca nos deixa sozinhos. Sei que ele vai entrar comigo no centro cirúrgico e vai me fazer companhia nos dois dias de CTI e pelo resto da minha vida.
A única coisa positiva que posso tirar desta experiência assustadora é que Deus está do meu lado e que tenho sorte de ter tantos amigos e familiares que me amam e me apoiam incondicionalmente.
Acabei de ler num post aqui embaixo que a maior lição de todas é perceber que a vida, mesmo que imperfeita, vale muito a pena. A minha, por mais que às vezes seja um pouco complicada, nunca deixou de ser abençoada e por isso preciso seguir firme e enfrentar com força e fé o que vem pela frente. 2007 começou maravilhoso e foi um ano inesquecível, mas inegavelmente vai deixar um gosto amargo na minha boca, então torço para que 2008, que já vai começar complexo, termine com um sabor de vitória.
Se houve algo que aprendi com meu sofrimento é que nada acontece por acaso, então o que vem pela frente é meu e só eu posso enfrentar. Sempre vi a doença como um catalizador de coisas boas, então preciso ter fé e acreditar que depois da tempestade vem a bonança.
Pesamento positivo e fé em Deus sempre!
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