Desde o dia 18 dezembro não faço outra coisa a não ser peregrinar por consultórios médicos, laboratórios e hospitais. Tenho sorte de ter um marido maravilhoso que me acompanha por onde quer que eu vá. Até à missa em português ele vai, no Rio e em Aparecida. Não tínhamos idéia de que nossos votos matrimoniais seriam colocados à prova tão cedo. Mas ele nem pensa duas vezes e tem sido um apoio e tanto. Assim como minha família e meus amigos, que tem sido fantásticos.
Mas diante de uma situação destas a gente fica meio cega. Ainda mais no meu caso, depois de passados cinco anos e de ter recebido alta médica. Ninguém entende, ninguém tem explicação but "it is what it is" e ainda tenho que dar graças a Deus de ter um problema que tem solução. E aí? Vai dormir com um barulho destes?!
Eu bem tenho tentado...Tenho sonhos e quando acordo e percebo que nada à minha volta mudou, que o tumor continua la quietinho, é difícil não me sentir triste. E obviamente o estado emocional afeta diretamente a saúde do paciente, então tento ficar bem, mas a verdade é que a cirurgia não me sai da cabeça. É como se estivesse vivendo pendurada numa corda que está prestes a se romper...é só uma questão de tempo, mas a queda é certa.
Sei que não posso pensar assim, preciso ser positiva, mas é muito difícil me manter feliz tendo pela consciência do que vem pela frente. Vou tentar fazer isso hoje. Só hoje. Vou tentar não pensar na cirurgia. Vou tentar não pensar na dor. Vou me concentrar neste dia lindo que faz hoje no Rio, meu lugar preferido no mundo.
Tenho certeza que isto tudo vai acabar logo e vai ser mais uma história pra contar. Quem sabe incluo no livro? Quem sabe mudo o foco do livro? Gosto de gente que serve de inspiração para as outras pessoas. Gosto de gente que luta e supera adversidades. Gossto de gente que tem fibra e é nestas horas que a gente conhece este tipo de gente. Gente que já passou por coisas piores do que o que a gente passa e continua aí, firme e forte, para contar a história.
Mas voltando ao título do post, os médicos estão muito otimistas e dizem que a cirurgia vai ser bem mais simples e suportável que a primeira. O Dr. Porchat, que de médico virou amigo e foi quem me devolveu o orgulho de mostrar a minha barriga vai estar lá para me "fechar". Ou seja, a cicatriz da mercedes vai ficar bonitinha de novo. O Dr. Joaquim, que salvou minha vida uma vez, vai estar lá junto com a equipe para me ajudar de novo e tirar tudo ded ruim que cresce no meu fígado. E Deus, que nunca me abandona vai esta lá também, fazendo com que tudo seja um sucesso. E eu também vou estar lá mais forte do que nunca, pronta para uma recuperação rápida e tranqüila.
Rezem por mim.
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