Existem poucas coisas que me irritam mais do que criança-prodígio. Detesto criança que fala como adulto, que se veste como adulto e que tem atitudes típicas de adultos mimados. Falem o que quiser, as crianças de programas de auditório me dão arrepios. Não vejo nada de bonitinho em uma menina de três anos com o rosto cheio de maquiagem e os cabelos cheirando a laquê. Acho um horror! Acho coisa de circo!
Fico chocada cada vez que ouço uma amiga americana dizer que vai levar à filha de quatro anos à manicure. É sério! Outro dia, no salão, vi um menino que deveria ter uns seis anos sentado na cadeira alta dos salões daqui com uma cara de quem não fazia a menor ideia do que se passava ou de como tinha chegado até ali. Será que a mãe dele não sabe usar um cortador de unha ou uma boa tesourinha? Ou será que ela acha que um menino de seis anos tem que ter o pé cutilado? Socorro!
Durante estes poucos meses da minha recente maternidade, venho sendo bombardeada por publicações voltadas a mães. Para a infelicidade do Blake, adoro revista de papel mesmo, gosto do cheiro, da textura da folha, das boas informações veiculadas...só não gosto dos tais ensaios fotográficos! Gente, parece coisa de revista de moda! Daqui a pouco vão lançar as mini-Angels da Victoria's Secret! O negócio é uma mega produção -- cabelo, maquiagem, unhas! A coisa me assusta.
Ano passado, vi alguns episódios de um programa de extremo mau gosto chamado Toddlers & Tiaras. Algo mais assustador não há. Meninas de três anos que pintam cabelo, fazem depilação, clareamento de dentes e usam unhas de silicone! E mães que na melhor das hipóteses deveriam estar num manicômio. Foi bem nesta fase que eu comecei a torcer para ter um menino, só assim não passaria nem perto desta raça transloucada. Nunca pensei que uma mãe tão complexada poderia ser tão nociva a seus filhos, principalmente se forem do sexo feminino.
Tenho certeza que deve haver o equivalente do sexo masculino -- deve ser o pai supercompetitivo que acha que o filho vai virar atleta profissional aos três anos -- mas pelo menos ainda não existe programa de TV para endeusar mais este grupo inútil.
Nunca me vi como mãe xiita. Muito pelo contrário, acho que sou bem aberta e flexível, mas se existe algo de que não abro mão é que o Joaquim seja criança o tempo que puder, pois algo me diz que a criança-prodígio de hoje é o adulto-problema de amanhã.
6 comments:
Agree, agree, agree!!!
Concordo com vc em TUDO, Dani. Sei lá, tenho a impressão que o povo quer logo que a infância passe...É muita pressão em cima dos pequenos.
Eu ainda acho que aqui nos EUA é pior que no Brasil, mas a coisa anda ficando meio esquisita por lá tb. Deixa as crianças brincarem, po!
beijinhos!
Paula,
Vamos deixar os nossos pequenos serem pequenos enquanto puderem, né?
Bjs
Lola,
Também sempre achei que aqui nos EUA era pior que no Brasil, mas infelizmente está ficando tudo cada vez mais parecido. Batalha difícil para preservar a infância dos nossos pequenos, né?
Bjs
Com certeza Dani, tem muita gente por ai "que nao acha nada demais". Eu ainda nao deixei a Julia pintar a unha nem com esmalte de brincadeira, ela me viu no salao fazendo a unha uma vez (no Brasil) e falou que queria tambem, eu disse que era coisa de adulto e que quando ela fosse grande poderia fazer. Ela fez uma cara de que nao gostou muito, disse "mas eu quero" algumas vezes e pronto, depois nunca mais pediu. Se eu tivesse falado "sim" daquela vez, "que bonitinha" ou "nao tem nada demais" ela ia estar sempre pedindo...
Realmente a cultura de vaidade feminina desde cedo e um horror, eu escrevi uma vez sobre isso no blog, sobre a adoracao por "princesas" que rola aqui nos EUA, felizmente estou conseguindo ate agora criar a minha filha sem que ela seja obcecada por princesas ou que tudo tenha que ser cor-de-rosa...
E sim, voce vai encontrar uns pais que querem que os filhos sejam atletas ou machoes futuramente, eu conheci alguns, ugh.
Lu,
Lembro do seu post sobre princesas sim. Confesso que adoro um conto de fadas, mas abomino esta indústria criada em torno do tema. Também amo cor-de-rosa, mas detesto a atitude destas "princesas" atuais. Ponto para você que está conseguindo criar a Julia sem afetação. Como sempre, vou seguir suas dicas e adaptá-las para o Joaquim!
Beijos
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