April 13, 2009

Doação de Órgãos

Pelo motivo mais egoísta do mundo, este tema me interessa demais. Espero não precisar de um transplante (tudo indica que meu fígado está ótimo, graças a Deus!), mas o assunto de doação de órgãos me comove demais.

Assisti a matéria do Fantástico e sinceramente espero que o Dráuzio Varela conseiga chamar atenção para um fato tão importante. Uma das frases do médico não consegue me sair da cabeça: "O paciente morre não por ter uma doença incurável, mas por não encontrar um órgão que poderia salvar sua vida." Como é que a gente aceita uma coisa destas quando há órgãos sendo jogados no lixo? Esta parte me dói demais.

Ainda tento aceitar a morte e luto muito para me conformar com ela. Normalmente digo a mim mesma que cada um tem a sua hora, que chega um momento em que todas as possibilidades se esgotam e só nos resta aceitar a partida. Mas e quando a medicina é capaz de salvar uma vida, mas a burocracia, a vaidade ou o egoísmo humano tornam-se impecilhos? Não consigo me conformar. Acho que por isto a história do Dr. Joaquim me incomoda tanto, pois me coloco na posição de centenas de transplantados, que dependem da caridade de terceiros e para os quais qualquer dia pode ser o último. E as supostas autoridades brasileiras tentam macular a reputação de encerrar prematuramente a carreira do pioneiro de transplantes de fígados no Estado do Rio de Janeiro! Dói demais. É cuel demais. Espero que a justiça xseja feita o quanto antes, pois não podemos ver mais pacientes inocentes pagando pela incompetência do Estado com a própria vida.

Por coincidência, conversando com o Todd na quinta, ele me contou mais detalhes sobre o transplante. Apesar de ter meio-irmãos, nenhum deles era doador compatível, mas por incrível que pareça, no banco de medula, os médicos encontraram três doadores perfeitos para ele. Isto mesmo, três! Coisa rara! Mas depois da primeira triagem, só um deles era viável. O primeiro candidato não conseguiu o OKJ dos médicos, talvez por problemas de saúde, o segundo disse que não estava pronto para fazer a doação (?!), mas felizmente o terceiro estava disponível e saudável. Todd disse não saber nada do seu doador, só que ele é branco. Ao que parece, depois de um ano, as identidades do doador e do receptor podem ser reveladas e eles podem passar a ter contato. Todd disse que quando chegar a hora vai pensar no assunto, até lá quer focar na própria saúde.

Mas a informação mais importante que Todd me deu foi sobre o banco de medula óssea. "Tive muita sorte de achar três doadores compatíveis, mas sei que sou uma grande exceção. Isto me preocupa muito. Acho que eles deveriam fazer mais iniciativas de captação de medula óssea, principalmente entre as minorias. Meu médico disse que 70% dos doadores cadastrados são brancos. Imagine as chances de um negro ou hispânico ou asiático conseguir um doador a tempo!?"

As palavras dele ficaram comigo. "Imagine as chances de alguém mestiço conseguir um doador a tempo..." Então não importa a sua raça, seja você mulato, branco, negro, amarelo, roxo ou cor-de-rosa, cadastre-se! Seja doador de órgãos, de medula, do que quer que seja. Muito se fala do processo de doação, mas há muita gente que tem noções completamente erradas sobre ele. A página do INCA explica direitinho sobre o processo de doação de medula. Se você está nos EUA, este site tem ótimas explicações.

Não importa onde você esteja, tenho certeza que existe um programa de doação de medula e de órgãos sério. Com apenas um gesto você pode salvar uma vida. Pense nisso.

3 comments:

Silvia said...

Qto tempo não passo aqui! Ainda estou meio debilitada o que me deixa sem mto ânimo para computador =/
Hoje vou fazer um ultrassom para saber como está meu interior.
Existe ainda um medo muito grande de doar medula, sempre é dito que doí mto, que não pode tomar anestesia e as vezes as pessoas esquecem que dor muito maior é a de quem precisa.
Eu queria doar sangue, mas tenho uma anemia congênica que faz com que minhas hemácias sejam menores do que o normal. Sendo assim meu sangue não é "forte" o suficinte - sem falar que eu tenho baixa imunidade, o que tb não ajuda o receptor. Mas por mim podem doar todos os outros órgãos do meu corpo que estiverem bons quando chegar a hora.
Sabe que eu não tenho medo de agulhas, mas não tenho coragem de fazer acupuntura? Vai entender =) Eu também tenho tentado me tornar mais Zen, mais ainda não consegui...

Beijocas e saudade!

Fernanda França said...

Eu me cadastrei. Apesar de todo o medo que eu sinto por trauma de hospital, eu me cadastrei e na época fiz matéria sobre isso, pus no blog... poxa, que custa as pessoas se cadastrarem?

paula said...

Oi,

Meninas,

Antes de mais nada, gostaria de esclarecer uma questão, doar meudela NÃO doi absolutamente NADA, o doador é anestesiado sim, anestes. peridural, vai para o centro cirurgico, o procedimento dura uma hora, preparação, etc,no dia seguinte pode ter alta, ou até no mesmo dia, meu irmão saiu no final do dia, dependendo da sensibilidade de cada um é receitado um analgésico caso a dor incomode um pouco, meu irmão não precisou e de resto vida normal, simples assim!! A benção é localizar um doador, isso sim, o resto é como eu costumo dizer, um "passeio no parque"!!

Bjs,
Paula