Tem gente que gosta de bicho e tem gente que gosta de planta. Eu gosto mesmo é de gente. Claro que acho o verde sempre lindo (apesar de não ter nenhum talento para cultivar um jardim!), sou louca por gatinhos e incapaz de maltratar um animal, mas sou apaixonada mesmo é pelo ser humano. Podem dizer que o homem é cruel, egoísta e mesquinho, que sua ganância sem limites está destruindo nosso planeta, que o desrespeito pelo outro torna a vida uma verdadeira guerra, mas ainda assim tenho esperança. Tenho esperança e fé pois este mesmo homem é capaz de mostrar uma compaixão absurda, um amor pelo próprio infinito ao simplesmente se importar com o outro. É verdade que tem gente que me inspira mais do que outros, mas quase sempre consigo ou pelo menos tento enxergar o lado bom de cada um. E isto faz toda a diferença.
Tenho consiciência que nem todo ser humano é magnânimo como uma jovem de 26 anos que conheci outro dia. A moça, que perdeu boa parte da visão aos dez anos e mais tarde enfrentou um diagnóstico de câncer, hoje é pesquisadora cinetífica é completa seu PhD em biologia em Emory University. Sua missão é encontrar a cura para o vírus HIV. A priemira pergunta que vem à cebeça de qualquer um é "Por que Cristina não concentrou suas pesquisas em algo que pudesse beneficiá-la de certa forma? Com apenas 26 anos, já enfrentou a retinite (uma doença rara) e o câncer, por que ela não se preocupou em pesquisar algo se tivesse relação com as doenças que a afetaram?" A resposta dela é simples e serena "It's not all about me," ela sorri, explicando que acha que pode contribuir mais para este tipo de pesquisa e por este motivo topou se mudar para Atlanta sozinha apesar dos problemas de visão e sem considerar o fato de não conhecer viv'alma por lá.
É claro que eu sei que a grande maioria dos seres humanos não chega a ter tantas qualidades quanto a Cristina, uma jovem que apesar de tantos tropeços, segue firme no caminho que escolheu para ela, que pesar de tantos dissabores, escolheu manter a doçura no sorriso e no caoração. Não tenho tantas ilusões assim. O que eu acho é que na verdade cada um de nós tem um lado Cristina dentro de si, um lado que quer fazer o bem, que se importa com o outro e que tem consciência do seu papel. Em algumas pessoas este lado é aparente e dominante, em outras encontra-se mais escondido e tímido e existe ainda um outro grupo de pessoas cujo lado Cristina está praticamente enterrado, completamente esquecido e até dormente, mas lá no fundo ele existe e precisa ser resgatado. Como e quando depende de cada um de nós. O que vai amolecer o coração duro de alguns continua um mistério, mas tenho certeza que um dia isto vai acontecer, pelo menos com 99% da população.
E quanto ao 1% cujo coração simplesmente não existe?, vocês devem estar se perguntando. Estes a vida me ensinou a ignorar. Dou uma chance, duas, mas acabei aprendendo que meu tempo aqui é muito curto e há muita gente que tem muito par ame ensinar e me inspirar então para que perder meu tempo com casos perdidos? Por sorte minha, encontrei muito pouca gente que se inclui neste grupo. Prefiro me cercar das outras pessoas que tem defeitos (quem não os tem?), mas cujas qualidades são muito mais marcantes. Pessoas absolutamente normais capazes de gestos extraordinários. E isto me basta para que eu continue a acreditar no homem e querer viver sempre cercada de gente.
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